A preocupação em compreender a arte e sua relação com a vida social não é algo novo na
sociedade moderna: podem-se encontrar no século XIX suas raÃzes. A percepção de que a
arte e as expressões artÃsticas trazem em si um “reflexo†da sociedade é um fato de tensão
entre os estudiosos e pensadores, mas a sua explicitação como reflexo é a base da
Estética, de Lukács. Uma das teses fundamentais do autor é que todas as formas de
reflexo analisadas na totalidade da vida cotidiana – seja ciência, seja arte – reproduzem a
mesma realidade objetiva, mas se faz necessário romper com a noção de reflexo como
algo mecanicamente formulado; como uma reprodução fotográfica. A ciência e a arte são
exemplificações da capacidade humana de refletir a sociedade. Para uma sociedade que
se caracteriza cada vez mais como estimuladora do individualismo exacerbado, do
isolamento e dissociação do todo, da coletividade, a arte, configura-se como um dos
meios pelo qual se potencializa a totalidade do ser humano e ao Serviço Social cabe
compreendê-la na sua possibilidade de mediação.