ARTE DE PARTEJAR: APRENDIZADOS E ENSINAMENTOS DE MULHERES PARTEIRAS DE COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS DO VALE DO GUAPORÉ – RO

Revista Presença Geográfica

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ISSN: 2446-6646
Editor Chefe: Josué da Costa Silva
Início Publicação: 01/01/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Geografia

ARTE DE PARTEJAR: APRENDIZADOS E ENSINAMENTOS DE MULHERES PARTEIRAS DE COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS DO VALE DO GUAPORÉ – RO

Ano: 2019 | Volume: 6 | Número: 1
Autores: Joely Coelho Santiago
Autor Correspondente: Joely Coelho Santiago | [email protected]

Palavras-chave: Mulheres negras, Parteiras ,Vale do Guaporé

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Esta pesquisa apresenta resultados de uma investigação feita com mulheres de comunidades remanescentes de quilombos do Vale do Guaporé – RO.O objetivo foi analisar as experiências das mulheres parteiras afro-guaporenses a partir dos anos 1940, época em que a medicina oficial ainda não havia alcançado a região. O estudo foi realizado por intermédio de entrevistas e conversas formais e informais com mulheres nascidas e criadas na região guaporense, com idade entre 74 e 82 anos de idade, por meio do qual foi possível estabelecer diálogos com bases nas teorias de Michelle Perrot (2017), Schumaher & Brazil (2007), Gilberto Freyre (2006) e Maria Odaléa Bruggemann (2001). Acerca da compreensão da história regional, os estudos de Flávio Gomes (2015) e Marco Teixeira & Dante Fonseca (2001). Por meio de narrativas orais de vida de mulheres remanescentes de quilombos identificamos as práticas e os cuidados das mulheres parteiras, que, na arte de partejar apararam e salvaram vidas, além de cuidar das mulheres parturientes e dos recém-nascidos no período de resguardo, bem como, seus conhecimentos ancestrais em ervas medicinais usadas no trabalho de partejar, que, nesse contexto, se tornam relevantes para a preservação das práticas culturais das mulheres de comunidades remanescentes de quilombos no Vale do Guaporé. Desta forma, espera-se contribuir para o reconhecimento e a valorização da memória das mulheres parteiras remanescentes de quilombos, visto que as mulheres negras, camada social mais invisível da sociedade, contribuíram/contribuem de forma relevante não só nas suas comunidades remanescentes de quilombos, como também em outras localidades da região do Vale do Guaporé – comunidades indígenas, bolivianas e ribeirinhas – contudo, suas práticas foram silenciadas pela história.



Resumo Espanhol:

Esta investigación presenta resultados de una investigación hecha con mujeres de comunidades remanentes de quilombos del Valle del Guaporé - RO. El objetivo fue analizar las experiencias de las mujeres parteras afro-guaporenses a partir de los años 1940, época en que la medicina oficial aún no había alcanzado la región. El estudio fue realizado por intermedio de entrevistas y conversaciones formales e informales con mujeres nacidas y criadas en la región guaporense, con edad entre 74 y 82 años de edad, por medio del cual fue posible establecer diálogos con bases en las teorías de Michelle Perrot (2017) , Schumaher & Brazil (2007), Gilberto Freyre (2006) y Maria Odaléa Bruggemann (2001). Sobre la comprensión de la historia regional, los estudios de Flávio Gomes (2015) y Marco Teixeira & Dante Fonseca (2001). Por medio de narrativas orales de vida de mujeres remanentes de quilombos identificamos las prácticas y los cuidados de las mujeres parteras, que, en el arte de partejar recortaron y salvaron vidas, además de cuidar a las mujeres parturientas y de los recién nacidos en el período de resguardo, bien como sus conocimientos ancestrales en las hierbas medicinales usadas en el trabajo de parte, que en ese contexto se tornan relevantes para la preservación de las prácticas culturales de las mujeres de comunidades remanentes de quilombos en el Valle del Guaporé. De esta forma, se espera contribuir al reconocimiento y la valorización de la memoria de las mujeres parteras remanentes de quilombos, ya que las mujeres negras, capa social más invisible de la sociedad, contribuyeron de forma relevante no sólo en sus comunidades remanentes de quilombos, como también en otras localidades de la región del Valle del Guaporé - comunidades indígenas, bolivianas y ribereñas - sin embargo, sus prácticas fueron silenciadas por la historia.