A presente contribuição retoma os termos do Seminário «Interfaces
: arte, cidade e subjetividades contemporâneas » na tentativa de caracterizar
a cidade em geral, analisando, em seguida, a partir de alguns exemplos da
história recente de cidade de Lyon, na França, o lugar da arte no espaço
urbano. O exemplo da referida cidade mostra como se instaura uma vontade
de « se abrir » para o mundo e ao mesmo tempo criar a cidade. É verdade que
a relação que se estabelece com a cidade reflete a associação de forças que
perpassam a associação dos indivÃduos e dos grupos, mas decorre igualmente
da estratégia da cidade no âmbito cultural que tende a querer afirmar uma
identidade no plano internacional. A polÃtica cultural local se constrói por meio
do cruzamento de fontes de financiamento que permitem ver que toda polÃtica
local se inscreve em um quadro nacional, mas pode-se pensar que a construção
européia e a aceleração dos intercâmbios internacionais enfraquecem
as identidades nacionais e oferecem uma oportunidade de afirmação da
identidade local. Neste sentido, a polÃtica cultural poderia ser pensada como
um conjunto de ações que participa da « globalização » do local,, ou seja,
que contribui para afirmar a dimensão simbólica do local, tornando-o um «
todo », concorrendo assim para uma redefinição da relação local-nacional.