O Aimará é uma língua que é falada principalmente no Peru e na Bolívia. Até o momento, relativamente pouco foi documentado sobre a arte verbal aimará. Nesse sentido, analisamos uma canção tradicional gravada no altiplano peruano. Oferecemos uma análise musical e linguística da estrutura poética não prosódica da canção. Fornecemos detalhes sobre as figuras retóricas / literárias utilizadas para a produção / formação dos versos: a) o verso octossilábico, b) o homeoteleuton (este último é uma figura retórica que consiste na semelhança no final das palavras finais dos versos) e c) as características melódicas e rítmicas. Também delineamos as estratégias sintáticas, morfológicas e semânticas utilizadas/usadas/presentes na formação dos pares semânticos. Isto revela categorias semânticas que não seriam evidentes / não se manifestariam em uma análise linguística tradicional. Além disso, a análise musical confirma as observações de trabalhos anteriores sobre a percepção equivocada de uma anacruse musical. Concluímos que análises rigorosas e científicas da arte verbal requerem considerar a construção de significados por meio da prática e do diálogo.
Aymara is an Amerindian language spoken mainly in Peru and Bolivia. To date, relatively little is documented about Aymara verbal art. Accordingly, we analyze a traditional song recorded in the Peruvian highlands. We provide a musical and linguistic analysis of the non-prosodic poetic song structure. We detail the octosyllabic, homeoteleutonic (that is, the final words in a line have the same endings) strategies for line formation, the melodic and rhythmic characteristics, and outline the syntactic, morphological, and semantic strategies used in forming semantic couplets. This reveals semantic categories which would not be apparent in a traditional linguistic analysis. Furthermore, the musical analysis confirms previous works on the misperception of a musical anacrusis. We conclude that rigorous, scientific analyses of verbal art require consideration of the construction of meaning through practice and dialog.