O ser humano diferencia-se dos outros animais por sua capacidade de criar novos instrumentos e situações para seu crescimento interior e o do grupo. No entanto para que esta potencialidade seja totalmente utilizada é preciso que haja uma interação entre ele e o meio . Seus primeiros anos de vida são marcados por uma grande dependência, onde deve haver alguém que o atenda em suas necessidades básicas, alimentando-o, mantendo-o limpo e com a temperatura de seu corpo de acordo com a do meio em que se encontra. Além disto, seu equilíbrio psíquico vai se formando através cio carinho e do sentimento de que é amado, principalmente, por sua mãe ou aquela representando a figura materna. Esta troca e as inúmeras experiências vivenciadas por ele vão permitir que o bebê, ele início tão dependente, transforme-se em um adulto autônomo. Assim, em se tratando de uma criança que, em seus primeiros anos de vida, apresenta um impedimento neste processo ele desenvolvimento natural, se faz necessário haver um atendimento, o mais cedo possível, diminuindo os riscos ou mesmo evitando que este potencial fique adormecido por falta de estímulos. Desta forma iniciou-se a Educação Precoce que é um trabalho desenvolvido com crianças ele O a 3 anos de idade. No INES a Educação Precoce vem sendo feita desde 1975 quando a professora Ivete C. Vasconcellos, observou que cada vez chegavam mais crianças com pouca idade para serem matriculadas e iniciarem o processo escolar ficando em uma fila de espera. Estas crianças perdiam um tempo precioso de suas vidas que eram os primeiros anos nos quais estavam mais receptivas às novas experiências, conseqüentemente, novas aquisições de conhecimento. A Educação Precoce, hoje, mantém o mesmo caráter de antes, aliando-se a outras contribu ições que surgiram ao longo deste período em prol de uma prática pedagógica mais adequada para seu aluno. O objetivo dos atendimentos é o desenvolvimento da criança em todos os aspectos, tanto cognitivo quanto social e emocional e, ainda, as atividades de vicia diária, onde ela poderá desenvolver sua independência em relação a distanciar-se ela mãe tendo condições ele participar de algumas atividades que necessitem desta postura e, também, executar pequenas tarefas como tirar e colocar meias e sapatos, assim como suas roupas, alimentar-se e dirigir-se ao banheiro, sem ajuda. As atividades são elaboradas sempre ele forma lúdica, porque é através ela brincadeira que a criança aprende e é nela avaliada. Ao brincar com a boneca ou o carrinho, estará elaborando questões internas, desde a forma em que está percebendo o mundo até suas dificuldades em aceitá-lo . Com isto pode ter várias reações, como por exemplo, bater violentamente com o brinquedo até quebrá-lo ou ao contrário, tratá-lo com o máximo ele cuidado. E tanto esta quanto aquela forma de brincadeira podem retratar sua própria vida. Através do desenho estas mesmas questões, também podem ser vivenciadas pela criança. Porém o professor deve estar atento porque assim como a linguagem que passa pela fase cio balbucio - oral - , ela compreensão, ela palavra-chave para depois alcançar as frases complexas, o desenho passa pela fase da rabiscação, da célula, da figura humana indo até as cenas completas, com todos os elementos que a compõem. E, conhecendo estas fases o professor entenderá que a criança da Educação Precoce poderá desenvolver-se até uma determinada fase , em função de sua maturidade, fazendo assim uma avaliação mais adequada de seu aluno. A base teórica para este trabalho está pautada em PIAGET, no que se refere aos aspectos cognitivos. Seus estudos oferecem todos os instrumentos, para que o professor acompanhe seu aluno no processo de desenvolvimento, desde as questões ligadas aos reflexos do bebê, até o período pré-operatório, onde a criança começa a simbolizar fazendo transferências e passando a perceber o objeto, mesmo em sua ausência. A construção ele todo um conhecimento ligado a este período de vicia vai dar condições para que ela, mais adiante em seu processo escolar, trabalhe com a lógica e com os símbolos, podendo dominar o código escrito ela língua em que é exposta, por exemplo. Os atendimentos na Educação Precoce, também têm como objetivo o trabalho com a família, uma vez que é ela quem está com a criança a maior parte cio dia e nas situações mais significativas como a hora do banho, da alimentação, do sono, podendo acompanhála em atividades que somente são possíveis fora dos limites da sala de aula. Assim, a família deve estar presente durante os atendimentos e receber as orientações necessárias e é ela quem trará o retorno para o professor de como a criança está recebendo o trabalho. Muitas vezes durante a atividade a criança mantém uma aparente dispersão, mas em casa dará uma resposta contrária, demonstrando que compreendeu toda a proposta, repetindo-a para outras pessoas de seu convívio. Além de sua presença nos atendimentos, a família , também, participa de reuniões planejadas com o objetivo ele abordar alguns temas ele seu interesse, tais como, o desenvolvimento infantil, o limite - tão importante nas relações sociais e para a própria aprendizagem - , até a surdez e suas conseqüências - que é, na maioria das vezes, a maior preocupação dos pais, neste momento, principalmente.