Perífrases progressivas no espanhol e no inglês são formadas por um verbo auxiliar combinado ao verbo principal na forma de gerúndio e podem veicular diferentes aspectos, dentre eles, o perfect universal (REBOUÇAS, 2017; JESUS, 2016), que se refere a uma situação que começou no passado e persiste até o presente. Investiga-se a aquisição da morfologia progressiva veiculando o valor de perfect universal (PU) por falantes do espanhol aprendizes de inglês. Especificamente, investiga-se se há transferência do padrão de realização dessas perífrases com o auxiliar no presente da L1 para a L2. A hipótese é de que falantes nativos de espanhol do México aprendizes de inglês como L2, independentemente do nível de proficiência, utilizam somente o auxiliar be para realizar o PU por meio de perífrases progressivas. Aplicou-se um teste de julgamento de gramaticalidade a 17 falantes de espanhol do México e a 4 falantes de inglês americano para o grupo controle. Os participantes foram apresentados a sentenças em inglês que veiculavam PU por meio de perífrases formadas por auxiliares autorizados, como o be e não autorizados, come, follow, carry, go e walk, com exceção de keep,que também foi aceito por nativos. Os resultados indicam que falantes dos níveis básico e intermediário aceitaram como natural todos os auxiliares citados, enquanto que falantes do nível avançado aceitaram cinco dos sete. Logo, a hipótese foi refutada. Entende-se que há transferência do padrão de realização das perífrases progressivas com o auxiliar no presente do espanhol para o inglês independentemente do nível de proficiência dos aprendizes.
Progressive periphrases in Spanish and English are formed by an auxiliary verb combined with the main verb in gerund and can convey different aspects, among them, perfect universal (REBOUÇAS, 2017; JESUS, 2016), it refers to a situation that started in the past and persists until the present. It investigates the acquisition of the perfect universal (PU) by speakers of Spanish who learned English. Specifically, to investigate whether there is a transfer in the pattern of performing progressive periphrases with the auxiliary in the present from Spanish L1 to the English L2. The hypothesis is that native Spanish speakers of Mexico who learned English as an L2, regardless of the level, use only the auxiliary “be” to perform the PU through progressive periphrases. A grammatical judgment test was applied to 17 Spanish speakers from Mexico and 4 American English speakers for the control group. The participants were introduced to sentences in English that conveyed PU through periphrases formed by authorized auxiliaries, such as “be” and not authorized, such as “come”, “follow”, “carry”, “go” and “walk”, with the exception of “keep” that was also accepted by natives. Results indicate that speakers of the basic and intermediate accepted as natural all the auxiliaries mentioned, whereas the advanced level accepted five out of seven. The hypothesis was refuted. It is understood that there is a transfer in the pattern of realization of progressive periphrases with the auxiliary in the present from Spanish to the English regardless of the level.