Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma condição neurodegenerativa crônica que afeta o sistema nervoso central e é amplamente estudada por meio de abordagens multidisciplinares. No entanto, há uma pesquisa limitada sobre as diferenças nas manifestações clínicas e na qualidade de vida entre pacientes de diferentes faixas etárias, especialmente aqueles com DP de início precoce. Objetivo: Este estudo teve como objetivo comparar as características clínicas da DP de início precoce e tardio, como tremor, dificuldade para caminhar e movimentos involuntários, com um foco particular nos fatores que influenciam os déficits motores e a qualidade de vida. Métodos: Foi realizado um estudo observacional, transversal, utilizando o PDQ-8, um questionário validado e autoaplicável para avaliação da qualidade de vida, juntamente com outras questões relevantes. Resultados: Os dados de 105 pacientes (56,2% homens e 43,8% mulheres) foram coletados no Brasil, sendo 79% deles com DP de início tardio. Os resultados indicaram que o atraso no diagnóstico foi significativamente maior no grupo de início precoce (7,5 anos) do que no grupo de início tardio (2,0 anos; p=0,010). Os escores de qualidade de vida foram piores nos pacientes de início precoce (41,1 pontos) em comparação com os de início tardio (33,1 pontos; p=0,039). Problemas interpessoais foram mais frequentemente relatados nos pacientes com DP de início precoce (60% vs. 27%; p=0,029), assim como os movimentos involuntários (50% vs. 25,3%; p=0,037). Conclusão: Esses resultados sugerem que os pacientes com DP de início precoce apresentam um maior impacto negativo na qualidade de vida, tanto em relação às habilidades motoras quanto aos relacionamentos. Também mostram um comprometimento motor mais severo em comparação com os pacientes de início tardio, possivelmente como consequência do maior tempo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico, ou do tratamento mais prolongado com Levodopa. Assim, enfatiza-se a necessidade de intervenções direcionadas para abordar esses desafios, considerando diversas estratégias como os avanços em biomarcadores, testes genéticos e técnicas de imagem, como a varredura do transportador de dopamina, que podem permitir um diagnóstico mais preciso e precoce, resultando em melhores estratégias de tratamento.
Background: Parkinson's disease (PD) is a chronic neurodegenerative condition that affects the central nervous system and is extensively studied through multidisciplinary approaches. However, there is limited research on the differences in clinical manifestations and quality of life between patients of different age groups, particularly those with early-onset PD. Objective: This study aimed to compare the clinical characteristics of early- and late-onset PD, such as tremor, slow running and involuntary movements, with a particular focus on factors influencing motor deficits and quality of life. Methods: An observational, cross-sectional study was conducted using the PDQ-8, a validated, self-administered questionnaire for assessing quality of life, alongside other relevant questions. Results: Data from 105 patients (56.2% men and 43.8% women) were collected in Brazil, 79% of whom had late-onset PD. Results indicated that the diagnostic delay was significantly longer in the early-onset group (7.5 years) than in the late-onset group (2.0 years; p=0.010).Quality of life scores were worse in early-onset patients (41.1 points) than in late-onset patients (33.1 points; p=0.039). Interpersonal problems were reported more frequently in early-onset PD (60% vs. 27%; p=0.029), as were involuntary movements (50% vs. 25.3%; p=0.037). Conclusion: These findings suggest that early-onset PD patients experience a greater negative impact on quality of life, both regarding motor skills and relationships. It also shows more severe motor skills impairment compared to those with late-onset PD, possibly a consequence of longer time between first symptoms and diagnosis, or of longer treatment with Levodopa. Thus, emphasizing the need for targeted interventions to address these challenges several strategies can be considered such as advances in biomarkers, genetic testing, and imaging techniques like dopamine transporter scans may allow for more accurate and earlier diagnosis that could lead to better strategies in treatment.
La enfermedad de Parkinson (EP) es una condición neurodegenerativa crónica que afecta al sistema nervioso central y se estudia ampliamente a través de enfoques multidisciplinarios. Sin embargo, existe una investigación limitada sobre las diferencias en las manifestaciones clínicas y la calidad de vida entre pacientes de diferentes grupos de edad, especialmente aquellos con EP de inicio temprano. Objetivo: Este estudio tuvo como objetivo comparar las características clínicas de la EP de inicio temprano y tardío, como temblores, dificultad para caminar y movimientos involuntarios, con un enfoque particular en los factores que influyen en los déficits motores y la calidad de vida. Métodos: Se realizó un estudio observacional, transversal, utilizando el PDQ-8, un cuestionario validado y autoadministrado para evaluar la calidad de vida, junto con otras preguntas relevantes. Resultados: Se recopilaron datos de 105 pacientes (56,2% hombres y 43,8% mujeres) en Brasil, de los cuales el 79% tenía EP de inicio tardío. Los resultados indicaron que el retraso en el diagnóstico fue significativamente mayor en el grupo de inicio temprano (7,5 años) en comparación con el grupo de inicio tardío (2,0 años; p=0,010). Los puntajes de calidad de vida fueron peores en los pacientes de inicio temprano (41,1 puntos) en comparación con los de inicio tardío (33,1 puntos; p=0,039). Se reportaron más problemas interpersonales en los pacientes con EP de inicio temprano (60% vs. 27%; p=0,029), así como más movimientos involuntarios (50% vs. 25,3%; p=0,037). Conclusión: Estos resultados sugieren que los pacientes con EP de inicio temprano experimentan un mayor impacto negativo en la calidad de vida, tanto en términos de habilidades motoras como en las relaciones interpersonales. También muestran un compromiso motor más severo en comparación con los pacientes de inicio tardío, posiblemente como consecuencia de un mayor tiempo entre los primeros síntomas y el diagnóstico, o de un tratamiento más prolongado con Levodopa. Por lo tanto, se enfatiza la necesidad de intervenciones específicas para abordar estos desafíos, considerando diversas estrategias, como los avances en biomarcadores, pruebas genéticas y técnicas de imágenes, como las exploraciones del transportador de dopamina, que podrían permitir un diagnóstico más preciso y temprano, resultando en mejores estrategias de tratamiento.