O artigo analisa as transformações institucionais e relacionais referentes às práticas de cuidado em torno do parto orientadas pela humanização, em uma maternidade pública no sul do Brasil, a partir da experiência das enfermeiras obstétricas. Focamos a conformação de cenários confl itivos em torno da enfermagem obstétrica como emergente profi ssão central no processo de desmedicalização do parto proposto pela política de humanização. Adotamos a categoria gênero como central para nossa análise, ao indagar como as enfermeiras obstétricas se situam e disputam as hierarquias profi ssionais e os procedimentos hospitalares, assim como quais os descentramentos das práticas tecnocráticas/medicalizadas provocados nas práticas das enfermeiras, questionando quais os efeitos e as noções disseminadas sobre os “corpos grávidos”.