Assistencialismo midiático: uma nova estratégia de legitimação social

Intexto

Endereço:
Rua Ramiro Barcelos, 2705 - Sala 519
Porto Alegre / RS
90035-007
Site: http://www.intexto.ufrgs.br
Telefone: (51) 3308-5116
ISSN: 1807-8583
Editor Chefe: Basílio Sartor / Suely Fragoso
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Comunicação

Assistencialismo midiático: uma nova estratégia de legitimação social

Ano: 2007 | Volume: 0 | Número: 16
Autores: Pedrinho Guareschi, Giordano Larangeira Dias, Mariane Rigatti Hartmann
Autor Correspondente: Pedrinho Guareschi | [email protected]

Palavras-chave: mídia brasileira, assistencialismo midiático, ideologia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo é fruto de uma longa investigação sobre a recepção da mídia pela população. Foram investigados, através de grupos focais, os seis programas mais assistidos dos seis principais canais de televisão brasileira, no ano de 2003. Eram produzidos compactos dos programas e mostrados a grupos focais, trinta ao todo, constituídos por grupos representativos da população. Entre os principais achados, discutimos neste artigo apenas um que se mostrou central na investigação e que denominamos de “assistencialismo midiático”. Tal conceito procura significar que a razão principal de telespectadores acharem que um canal, um programa, ou um apresentador serem bons e merecerem ser assistidos, deve-se ao fato de eles ajudarem as pessoas. Na discussão e interpretação das informações, esse achado é analisado tendo-se em conta toda a história do Brasil, e a influência dessa cultura e práticas na construção de uma subjetividade dependente, a partir de práticas assistencialistas presentes em todas as dimensões da sociedade. Essa prática se manifesta, hoje, com outra faceta: um assistencialismo midiático, continuando a reproduzir relações de dependência.



Resumo Inglês:

The study is originated from a long investigation about media reception by the population. The five TV programs most attended in the year of 2003, showed by the six most important channels of Brazilian TV, had been investigated, through focus groups. Short videos were produced and showed to thirty groups of discussion, made out of representative people of society. Among the most relevant findings we discuss in the present article only one, considered as central in the research, named “mediatic welfarism”. Such concept shows that the main reason why TV attendants consider a channel, a program or a showman to be a good one, is the fact that they help people. In the discussion and interpretation of the data, this finding was analyzed having in mind the entire Brazilian history, and the influence of such culture and practices in the construction of a dependent subjectivity, having their roots in welfarist practices present in all the dimensions of society. This practice manifests itself today
through a new face: a mediatic welfarism that continues to reproduce relations of domination.



Resumo Espanhol:

El artículo es fruto de una larga investigación sobre la recepción de la media por la población brasileña. Fueron investigados, a través de grupos focales, los seis programas más vistos de las cinco principales cadenas de la televisión brasileña en el año 2003. Se produjeron videos de los programas que fueron enseñados a treinta grupos focales representativos de la población. Entre los principales hallazgos, discutimos en ese artículo solamente uno, el asistencialismo mediático que es central a la investigación. Tal concepto busca significar que la razón principal de los telespectadores en asistir y calificar como buena a una cadena, un programa o a un presentador es el hecho de que pueden ayudar a las personas. En la discusión e interpretación de las informaciones, tal hallazgo conlleva el que se analicen la historia del Brasil y la influencia de la cultura y de ciertas prácticas asistencialitas en la construcción de una subjetividad dependiente, prácticas ésas presentes en las más amplias dimensiones de la sociedad. Hoy tales prácticas se muestran con otra faceta: la de un asistencialismo mediático que sigue reproduciendo relaciones de dependencia.