A sabedoria convencional sugere que a aquisição de atitudes e motivações empreendedoras no início da
vida tendem a ter uma influência positiva no comportamento empreendedor futuro. Apesar de tal
argumento generalizado, existem muito poucas evidências científicas que corroborem tal afirmação. O
objetivo deste estudo é compreender quais são, atualmente, as principais atitudes e motivações das
crianças, avaliar como essas atitudes e motivações se relacionam com outras variáveis relevantes, ou seja,
sexo, idade, escolaridade, vocações e aspirações das crianças e ocupações dos pais e avaliar qual é a
influência da educação nas atitudes e motivações das crianças. Para a prossecução deste objetivo,
reunimos dados primários de crianças usando uma adaptação do Entrepreneurial Attitude Survey. Foram
estudadas quatro turmas do 3º e 4º ano de um colégio do Porto com um contexto pró-empreendedor e o
estudo foi centrado nas crianças. As análises exploratórias e econométricas evidenciam que os diferentes
determinantes têm impactos distintos sobre as atitudes empreendedoras das crianças - realização,
inovação, autocontrolo e autoestima. Em geral, as crianças matriculadas no 3º ano apresentam níveis mais
elevados de atitudes empreendedoras do que aquelas matriculadas no 4º ano, com exceção para a
inovação. Estes resultados parecem transmitir a ideia de que, com a progressão dos indivíduos no seu
percurso escolar, perdem parte das suas atitudes empreendedoras. Embora tal resultado deva ser analisado
com prudência, dado o número limitado de crianças envolvidas e do contexto específico de estudo,
destaca-se um potencial efeito colateral arriscado que a educação possa ter sobre a formação de
empreendedores e da necessidade de recolher mais provas para analisar corretamente tais questões.
Conventional wisdom suggests that the acquisition of entrepreneurial attitudes and motivations early in life tends to have a positive influence on future entrepreneurial behavior. Despite such a widespread argument, there is very little scientific evidence to support this claim. The aim of this study is to understand the main attitudes and motivations of children, to evaluate how these attitudes and motivations relate to other relevant variables, ie, gender, age, schooling, vocations and aspirations of children and parents' occupations And evaluate the influence of education on the attitudes and motivations of children. To achieve this goal, we collected primary data from children using an adaptation of the Entrepreneurial Attitude Survey. Four groups of the 3rd and 4th year of a Porto school with a pro-entrepreneurial context were studied and the study focused on children. The exploratory and econometric analyzes show that the different determinants have different impacts on children's entrepreneurial attitudes - achievement, innovation, self-control and self-esteem. In general, children enrolled in grade 3 have higher levels of entrepreneurial attitudes than those enrolled in grade 4, except for innovation. These results seem to convey the idea that, with the progression of individuals in their school career, they lose some of their entrepreneurial attitudes. Although such a result should be looked at with caution given the limited number of children involved and the specific context of study, a potential risky side effect of education on entrepreneurship training and the need to gather more evidence to analyze Correctly