As transformações microbianas do solo, devido à s diferentes populações e reações quÃmicas
nele existentes, podem ser alteradas sempre que esse ecossistema sofre algum tipo de
interferência. Diferentes tipos de manejo podem significar diferentes disponibilidades de
substrato, que podem em última instância, favorecer ou inibir o estabelecimento dos diferentes
grupos microbianos. Neste sentido, objetivou-se neste trabalho comparar a atividade
microbiana de um solo sob pastagem intensiva e sob cerrado nativo, visando obter subsÃdios
sobre atributos biológicos de qualidade do solo submetido ao cultivo com pastagem intensiva. O
experimento foi realizado em Rio ParanaÃba-MG em Latossolo Vermelho-Amarelo próximo a
UFV-CRP, sendo constituÃdo por dois tratamentos: uma área de Cerrado nativo e uma área
cultivada com pastagem de Cynodon dactylon cv. Vaquero, conduzida sob irrigação e altos nÃveis
de adubação desde setembro de 2009. As variáveis analisadas foram respiração basal do solo e
número de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) de fungos e bactérias. A respiração foi
determinada em campo, a partir do CO2 liberado em pontos isolados com recipiente, extraÃdo
em solução de NaOH 0,5 mol.L-1 e titulado com HCl 0,25 mol.L-1, sendo as avaliações realizadas
em 27, 49, 72 e 89 horas após a instalação. O número de UFC foi determinado a partir do
plaqueamento de várias diluições de 1 g de solo oriundo de amostra composta coletada na
profundidade de 0-7 cm, sendo ágar nutriente o meio para bactérias e BDA com amoxilina para
fungos. As médias, oriundas de 3 repetições, foram comparadas pelo teste t a 5% de
probabilidade. Os resultados indicaram que a liberação de CO2 média de 0,380 g.m-2.hora-1
observada na pastagem, foi muito superior ao valor médio de 0,163 g.m-2.hora-1 observado no
cerrado, sendo os valores cumulativos de 9,50; 18,46; 27,58 e 33,77 g.m-2 para pastagem e 4,46;
7,85; 11,72 e 14,49 g.m-2 para o cerrado. Esses resultados corroboram com outros trabalhos
recentes, sendo citado por alguns autores respiração basal do solo sob pastagem cultivada
62,6% superior a de um solo sob cerrado nativo, fato explicado pelo aumento dos teores
naturais de nutrientes oriundos de adubações, principalmente fósforo e nitrogênio e do intenso
desenvolvimento radicular das gramÃneas. Quanto as UFC, observou-se que não houve
diferença estatÃstica entre os tratamentos para contagem de bactérias, sendo as médias em
torno de 2x105 UFC.g-1 de solo. Em relação à população de fungos, observou-se que esta é maior
no cerrado, com valor médio de 3,27x104 UFC.g-1 comparado a 2,57x104 UFC.g-1 de solo para a
pastagem, respectivamente, indicando que o cultivo com pastagem efetivamente inibiu o
crescimento deste grupo de microorganismos. Conclui-se que a respiração basal do solo é
incrementada, a população bacteriana é indiferente e a população de fungos é inibida pelo
cultivo do solo com pastagem intensiva.