A Ausência de Sentido e o Sentido da Ausência. Propostas para uma Teologia da Revelação a partir da dinâmica velamento-desvelamento

Atualidade Teológica

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ISSN: 16763742
Editor Chefe: André Luiz Rodrigues da Silva
Início Publicação: 30/11/1997
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Teologia

A Ausência de Sentido e o Sentido da Ausência. Propostas para uma Teologia da Revelação a partir da dinâmica velamento-desvelamento

Ano: 2012 | Volume: 16 | Número: 40
Autores: Abdruschin Schaeffer Rocha
Autor Correspondente: A. S. Rocha | [email protected]

Palavras-chave: Revelação, Sentido, Presença, Ausência.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente texto pretende refletir sobre uma teologia da Revelação na
perspectiva da presença-ausência divina. Parte da constatação de que a tradição
cristã, principalmente a partir da Modernidade, nos acostumou a pensar a revelação
apenas na perspectiva da “manifestação”, da “presença divina”, e isso
trouxe sérias implicações tanto à Teologia quanto à espiritualidade no âmbito
do cristianismo. Num momento histórico, amplamente caracterizado pela
“ausência de sentido”, não é suficiente uma teologia da Revelação que tenha se
acostumado a dar respostas apenas a um “mundo de sentido”, caracterizado pela
presença de Deus. A sentença nietzschiana “Deus está morto, e nós o matamos”,
ou mesmo a heideggeriana “Os deuses foram afugentados” caracteriza bem o
atual clima cultural, ao indicar essa aparente carência de sentido. Tal proposta
buscará no conceito barthiano de revelação (como re-velatio), “caminhos” para
uma compreensão da revelação como “manifestação e ocultação”, “presença e
ausência”. Propõe-se, portanto, a “ocultação” e a “ausência” como elementos
determinantes de uma teologia da revelação que dê conta dessa ausência de
sentido, propondo um sentido para ausência, que permita uma teologia mais
afeita ao nosso momento histórico e contribua de modo significativo para minimizar
as agruras existenciais derivadas do caráter furtivo do divino.



Resumo Inglês:

The text aims to reflect on a theology of revelation in view of the divine
presence-absence. The starting point is the fact that the Christian tradition,
especially after modernity, made us to think about revelation only in the
perspective of “manifestation” and “divine presence”, which brought about
serious implications for both Christian theology and spirituality. In a historical
moment characterized by “absence of meaning”, a theology of revelation that
has learned to respond only to a “world of meaning” characterized by the
“presence” of God is not enough anymore. The Nietzschean saying “God is
dead and we killed him”, or even the Heideggerian one “The gods were scared
off” characterize the current cultural climate, insofar as they point to an apparent
lack of direction. This proposal will seek in the Barthian concept of revelation
(as re-velatio), “ways” to understand revelation as “manifestation and hiding,”
“presence and absence”. Its proposal: the “hiding up” and the "absence"
as fundamental elements of a theology of revelation that knows how to deal
with the lack of sense, offering a sense for the absence, resulting in a theology
more in tune with our historical moment, and that may contribute significantly
to minimize the existential tribulations deriving from the divine hiddenness.