Através do escrutÃnio das Conferências Nacionais de Saúde IndÃgena o artigo mapeia os diferentes sentidos da autonomia enquanto uma ideia valor que surge no campo da saúde indÃgena como consensual entre todos os sujeitos que o compõem. Logra por tal procedimento propor um contÃnuo semântico no qual as estratégias polÃticas operam deslocamentos e combinações contextualizadas entre a autonomia indÃgena entendida como (i) irredutibilidade da diferença; (ii) parceria e participação protagonista; (iii) e controle da gestão em saúde indÃgena nos termos de decisão e supervisão do processo. Não se observando como prioridade até o momento o controle direto da gestão da saúde indÃgena, o eixo de ação dos povos indÃgenas em saúde no Brasil, diferente do que vem ocorrendo no Canadá, tem sido o da cidadania e não o do autogoverno. Contribuir para a compreensão dos limites e possibilidades desta trajetória na saúde indÃgena brasileira é ambição maior destas reflexões que, ao final, trazem considerações sobre o principal mecanismo de exercÃcio de cidadania indÃgena (e não indÃgena) no campo da saúde pública, ou seja, sobre o “controle social†e sua ambivalência no manejo das categorias de “usuários†e "representantes†indÃgenas.