Sabe-se que algumas alterações que requerem diagnóstico e tratamento clínico odontológico podem interferir no desempenho do cantor, contudo nem sempre são notadas por esses profissionais da voz. Dessa forma, o objetivo da pesquisa foi analisar a autopercepção de cantores quanto à sua saúde bucal e, secundariamente, se essa interfere na fala e no canto, de acordo com os sujeitos entrevistados. Para esse fim, foi enviado por e-mail o link do questionário on-line a cantores, profissionais e não profissionais, de várias localidades dentro e fora do Brasil, com idade entre 18 a 60 anos. Participaram da pesquisa 107 cantores profissionais e amadores. A análise dos dados foi realizada utilizando a estatística analítica e descritiva, considerando-se o poder do teste de 95% e o erro α de 5%. Os resultados mostraram associação significante entre as variáveis: grau de formação acadêmica e a satisfação com a fala; e entre o tempo de carreira no canto e a satisfação com a saúde bucal (p < 0,05). A relação entre as variáveis sugere que os cantores que utilizam uma técnica vocal que exige maior treino, como no estilo erudito, bem como aqueles que possuem maior grau acadêmico e maior tempo de carreira no canto, possuem melhor satisfação com a saúde bucal. Em contrapartida, dentre os cantores líricos a maioria assinalou pelo menos uma alteração ou condição de saúde bucal e relatou a interferência negativa no canto.