O cenário literário baiano tem sido protagonizado por um número expressivo de escritoras que refutam as barreiras impostas à circulação e à visibilidade de seus textos e imagens. A escrita poética de Celeste Bastos publicada na coletânea Profundanças: antologia literária e fotográfica (2014) é representativa dos exercícios de liberdade e dessilenciamentos. Cotejamos a escrevivência e a representação de si nos poemas de Celeste Bastos, refle-tindo sobre o diálogo entre poemas e imagens fotográficas publicados nos e-books. A leitura baliza-se nos tensionamentos feitos ao sistema literário em defesa da autoria negra feminina feitos por Miriam Alves, Ana Rita Santiago e Conceição Evaristo, fazendo jus à interface entre a literatura e a fotogra-fia, especificamente a abordagem “fotoliterária” para Juliana Estanislau de Ataíde Mantovani (2019). Tais discussões envolvem debater sobre as relações de poder/saber que forjam no cenário literário interdições, exercícios de liberdade e dessilenciamentos com Audre Lorde (2019) e Michel Foucault (1995; 2004). O artigo visa impactar as abordagens teóricas sobre a formação de leitores literários.
The Bahian literary scene has been starred by a set of texts, performances and authorships by black writers who write and publish independently, and who, however, face barriers to circulation and visibility. Celeste Bastos’s poetic writing, published in the collection Profundanças: literary and photographic anthology (2014), is representative of the authors’ exercises of freedom and desilencing. We compare Celeste Bastos’ writing and self-representation, reflecting on the dialogue between poems and photographic images published in the e-book. The reading is based on the tensions of black female authorship with Miriam Alves, Ana Rita Santiago and Conceição Evaristo, living up to the interface between literature and photography, specifically the approach to “photoliterary” for Juliana Estanislau de Ataíde Mantovani (2019). Such discussions involve debating the power/knowledge relations that forge interdictions, freedom exercises and desilencing in the literary scene with Audre Lorde (2019) and (FOUCAULT, 1995; 2004). The article aims to impact theoretical approaches on the formation of literary readers.
