Este ensaio examina a ideia de que o exercÃcio de um cinema autoral não está obrigatoriamente ligado à noção tradicional de autoria, que costuma requerer do cineasta o não pertencimento a um gênero fÃlmico especÃfico. Usando a obra de Sergio Leone como estudo de caso, o artigo parte do pressuposto de que os filmes do italiano exerceram uma importante contribuição no processo de revisão de certas ferramentas narrativas e estilÃsticas que passaram a fazer parte do repertório do cinema contemporâneo, embora esta contribuição – uma operação autoral, no nosso entender – seja minimizada ou ignorada por grande parte dos pesquisadores cinematográficos, sobretudo por causa da militância do diretor no cinema de gênero.