Avaliação clínica e evolutiva de crianças em programa de atendimento ao uso de fórmulas para alergia à proteína do leite de vaca/

Revista Paulista De Pediatria

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ISSN: 1030582
Editor Chefe: NULL
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Avaliação clínica e evolutiva de crianças em programa de atendimento ao uso de fórmulas para alergia à proteína do leite de vaca/

Ano: 2013 | Volume: 31 | Número: 2
Autores: A. L. Aguiar, C. M. Maranhão, L. C. Spinelli, R. M. Figueiredo, J. M. Maia, R. C. Gomes, H. S. Maranhão
Autor Correspondente: H. S. Maranhão | [email protected]

Palavras-chave: hipersensibilidade a leite; dietoterapia; substitutos do leite; programas; leite de soja; criança./milk hypersensitivity; diet therapy; milk substitutes; programs; soy milk; child.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivo: Determinar características clínicas e evolutivas de crianças acompanhadas em programa de referência
para fornecimento de fórmulas especiais para alergia ao
leite de vaca.
Métodos: Estudo descritivo, realizado em amostra de
conveniência, com 214 crianças até três anos, com diagnóstico clínico e/ou teste padronizado de provocação oral
aberto, referenciadas ao Programa de Fórmulas para Alergiaao Leite de Vaca, em Hospital Universitário Pediátrico de
Natal, Rio Grande do Norte (2007/2009). Avaliaram-se
dados clínico-epidemiológicos e indicação de fórmulas
(soja, hidrolisado ou aminoácido) à consulta inicial, além de
resposta clínica e evolução nutricional (Anthro-OMS 2006)
após três meses. Aplicaram-se os testes do qui-quadrado e t
pareado nas análises, considerando-se significante p<0,05.
Resultados: Ao primeiro atendimento, a média de idade foi de 9,0±6,9 meses. Manifestações digestórias foram
observadas em 81,8%; cutâneas, em 36,9%; e respirató-
rias, em 23,8%. Escore Z do IMC <-2,0 desvios padrão
(DP) foi encontrado em 17,9% das crianças com sintomas
digestórios isolados, em 41,7% em uso de leite de vaca
e em 8,7% com outras fórmulas (p<0,01). Fórmula de
proteína isolada de soja foi usada em 61,2%; hidrolisados, em 35,4%; e aminoácidos, em 3,3%. As médias de
escore Z do IMC ao atendimento inicial e após três meses
foram, respectivamente, -0,24±1,47DP e 0,00±1,26DP
(p=0,251), quando em uso de soja, e -0,70±1,51DP e
-0,14±1,36DP (p=0,322), em uso de hidrolisado.
Conclusões: Manifestações digestórias da alergia ao
leite de vaca foram preponderantes e determinaram maior
comprometimento nutricional. As fórmulas de substituição
ao leite de vaca mais utilizadas foram de proteína isolada de
soja e hidrolisados proteicos. O uso de ambas foi importante
para a manutenção do estado nutricional.



Resumo Inglês:

Objective: To determine clinical and follow up characteristics of children enrolled in a program to supply formulas
for cow’s milk allergy.
Methods: descriptive study of a convenience sample
composed of 214 children up to three years old, with
clinical diagnosis of cow’s milk allergy and/or standardized oral challenge, referred to the Program of Formulas
for Cow’s Milk Allergy at a Pediatric University Hospital, in Natal, Rio Grande do Norte, Brazil (2007/2009).
Clinical-epidemiological data and formula indication (soy,
protein hydrolysates or aminoacid formula) were assessed
at the first consultation. Clinical response and nutritional
evolution (Anthro-OMS2006) were observed after three
months. Chi-square and paired t-test were used, being
p<0.05 significant.
Results: At the first consultation, mean age was 9.0±6.9
months. Digestive manifestations occurred in 81.8%; cutaneous ones, in 36.9% and respiratory ones in 23.8%. BMI Zscore <-2.0 standard deviations (SD) was found in 17.9% of
children with isolated digestive symptoms, in 41.7% of those
using cow’s milk and in 8.7% of those using other formulas
(p<0.01). The following formulas were used: soy in 61.2%,
protein hydrolysates in 35.4% and aminoacids in 3.3%.
Mean BMI Z-scores at initial consultation and after three
months were, respectively: -0.24±1.47SD and 0.00±1.26SD
(p=0.251), with soy formula, and -0.70±1.51SD and
-0.14±1.36SD (p=0.322) with protein hydrolysates formula.
Conclusions: Digestive manifestations of cow’s milk
allergy were preponderant, and lead to greater nutritional
impairment. The use of replacement formulas (isolated soy
protein and protein hydrolysates) was important to maintain
the nutritional status.



Resumo Espanhol:

Objetivo: Determinar características clínicas y evolutivas
de niños acompañados en programa de referencia para suministro de fórmulas especiales para alergia a la leche de vaca.
Métodos: Estudio descriptivo, realizado en muestra
de conveniencia, con 214 niños hasta tres años de edad,
con diagnóstico clínico y/o prueba estandarizada de
provocación oral abierta, referenciadas al Programa
de Fórmulas para Alergia a la Leche de Vaca del
Hospital Universitario Pediátrico en Natal, RN, Brasil
(2007/2009). Se evaluaron datos clínico-epidemiológicos
e indicación de fórmulas (soja, hidrolizado o aminoácido)
a la consulta inicial, respuesta clínica y evolución
nutricional (Anthro-OMS 2006) después de tres meses.
Se aplicaron pruebas de Chi-Cuadrado y T Pareada en los
análisis, siendo significante p<0,05.
Resultados: A la primera atención, el promedio de edad
fue de 9,0±6,9 meses. Manifestaciones digestorias fueron
observadas en 81,8%, cutáneas en el 36,9% y respiratorias en
el 23,8%. Escore Z IMC<-2,0DE fue encontrado en 17,9%
de los niños con síntomas digestorios aislados, en el 41,7%
en uso de leche de vaca y en 8,7% en otras fórmulas (p<0,01).
Se utilizó fórmula de proteína aislada de soja en 61,2%, hidrolizados en 35,4% y aminoácidos en 3,3%. Promedios de
Escore Z IMC a la atención inicial y después de tres meses
fueron -0,24±1,47DE y 0,00±1,26DE (p=0,251), cuando
en uso de soja, y 0,70±1,51DE y -0,14±1,36DE (p=0,322), en
uso de hidrolizado.
Conclusiones: Manifestaciones digestorias de la alergia a
la leche de vaca fueron preponderantes y determinaron mayor
comprometimiento nutricional. Las fórmulas de sustitución
a la leche de vaca más utilizadas fueron de proteína aislada de
soja e hidrolizados proteicos y el uso de ambas fue importante
para el mantenimiento del estado nutricional.
Palabras clave: hipersensibilidad a la leche/dietoterapia;
sustitutos de la leche/programas; leche de soja; niño