RESUMO
OBJETIVO: Determinar se existe associação entre a gordura abdominal visceral e esteatose hepática com a presença de litíase urinária.
MÉTODO: Estudo retrospectivo, avaliando 2004 tomografias computadorizadas do abdome total. A presença de esteatose hepática (EH) foi definida como densidade média do parênquima hepático menor ou igual a 40 Unidades Hounsfield (UH) ou densidade média do parênquima hepático 10 UH menor que a do parênquima esplênico. A espessura da gordura abdominal visceral (GAV) foi considerada como a distância entre a face interna da linha alba e a parede anterior da aorta na linha média do abdome, sendo medida 1 cm acima da cicatriz umbilical. A relação entre GAV e a ocorrência de litíase foi medida através do teste t para duas amostras independentes. A relação entre esteatose e litíase foi medida através do teste de Qui-quadrado.
RESULTADOS: A prevalência de EH na população estudada foi de 11,5% quando considerado apenas densidade hepática ≤ 40 UH e de 8,7% pelo critério da diferença de densidades hepática e esplênica. Os três parâmetros foram associados positivamente à ocorrência de urolitíase, sendo que para cada incremento de 1cm na GAV, a chance de ocorrência de urolitíase aumenta em 11%. A GAV apresentou correlação inversa com a medida de densidade do fígado, r=-0,412 (p<0,001).
CONCLUSÃO: Houve associação positiva entre o aumento da gordura abdominal visceral e a presença de esteatose hepática com a ocorrência de urolitíase.
ABSTRACT
OBJECTIVE: Determine if there is association between abdominal visceral fat and hepatic steatosis with the presence of urinary lithiasis.
METHODS: Retrospective study evaluating 2004 abdominal computed tomography scans. Presence of hepatic steatosis was defined as mean density of the liver parenchyma equal to or less than 40 Hounsfield Units (HU) or mean density of the liver 10 HU less than the density of the spleen. Thickness of abdominal visceral fat (AVF) was considered as the distance between the internal surface of the linea alba and the anterior wall of the aorta, measured 1cm above the umbilicus. Relation between AVF and urolithiasis was measured by t test for two independent variables and between steatosis and urolithiasis was measured by Chi-squared test.
RESULTS: Prevalence of hepatic steatosis in our study population was 11,5% when considering mean liver density ≤ 40 UH and 8,7% when using the difference between hepatic and splenic densities. The three parameters were positively associated with the occurrence of urolithiasis, and for every 1cm increment in AVF, the chance of urolithiasis increases in 11%. AVF is inversely correlated with liver density measurements, r=-0,412 (p<0,001).
CONCLUSION: There is positive association between increase in abdominal visceral fat and hepatic steatosis with the presence of urinary lithiasis.