Diversos autores relatam que a consulta médica se associa a melhores resultados quando se adota como
referencial o modelo centrado no paciente. Objetivo: Avaliar se os médicos ingressantes na residência
de Pediatria realizam consultas ambulatoriais segundo pressupostos do modelo centrado no paciente.
Método: Em 2007, no inÃcio de seu estágio de ambulatório, dez residentes foram selecionados aleatoriamente
para serem filmados durante a realização de uma consulta. Adotando-se como referencial
teórico pressupostos do modelo centrado no paciente, os dados foram analisados por meio de metodologia
qualitativa, por meio da técnica exploratória, com três juÃzes independentes. Resultados: A
maioria dos residentes explora precocemente a primeira queixa referida pelos pais, assumindo-a como
principal; não explora outras queixas; decide e faz orientações terapêuticas de modo não compartilhado;
conversa pouco com as crianças; cria longos momentos de silêncio durante a consulta; não explica
o exame fÃsico e à s vezes utiliza o prontuário como a principal fonte de informação. Conclusão: Os
residentes realizam consultas sem a inclusão da perspectiva dos pais e, portanto, não atendem segundo
pressupostos do modelo centrado no paciente.
Various authors have reported that medical consultations produce better results when based on the
patient-centered model. Objective: The objective of this study was to evaluate whether incoming
residents in pediatrics conducted outpatient consultations according to the patient-centered model.
Methods: In 2007, ten residents in the early stage of their outpatient rotation were randomly selected
to be filmed during a consultation. With the patient-centered model as the theoretical reference, the
data were analyzed by means of a qualitative methodology using an exploratory technique, with three
independent judges. Results: The majority of the residents: explored the first complaint reported by
the patient’s parents too early, assuming that it was the principal complaint; failed to explore other
complaints; made decisions and provided treatment instructions without sharing the process; spoke
little with the children; left long periods of silence during the consultation; failed to explain the physical
examination to the parents; and sometimes used the patient chart as their principal source of information.
Conclusion: Residents conducted consultations without including the parents’ perspective
and thus failed to meet the central premises of the patient-centered model.