O uso de psicofármacos tem se tornado cada vez mais frequente entre estudantes universitários, especialmente na área da saúde, em resposta a elevados níveis de ansiedade, depressão e estresse acadêmico. A medicalização de dificuldades emocionais e o acesso facilitado a esses medicamentos suscitam preocupações quanto ao uso inadequado e à ausência de acompanhamento especializado. Este trabalho tem como objetivo descrever os fatores associados ao uso de psicofármacos entre estudantes de graduação em Farmácia, considerando aspectos sociodemográficos, histórico de saúde, sintomas emocionais e rotina acadêmica. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, realizado com estudantes de Farmácia de uma instituição privada do Noroeste Paulista. Os dados foram obtidos por meio de questionário estruturado, contendo informações sociodemográficas, de saúde, acadêmicas e escalas de ansiedade (BAI) e de depressão (PHQ-9). Dentre os participantes, 32% relataram o uso de psicofármacos, com predominância de antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina e ansiolíticos benzodiazepínicos. O principal motivo foi o tratamento da ansiedade, isoladamente ou associada à depressão e insônia. Os usuários apresentaram escores significativamente mais elevados de ansiedade e depressão. Não foram observadas associações com variáveis sociodemográficas ou acadêmicas. O uso de psicofármacos em estudantes de Farmácia está associado a maiores sintomas de ansiedade e depressão, com possível relação bidirecional, sem definição de causalidade. Ressalta-se a necessidade de estratégias voltadas à promoção da saúde mental e ao uso racional de medicamentos entre estudantes universitários, além de mais pesquisas sobre o tema.
The use of psychotropic drugs has become increasingly common among university students, particularly in health-related fields, as a response to high levels of anxiety, depression, and academic stress. The medicalization of emotional difficulties and the easy access to such medications raise concerns regarding inappropriate use and the lack of professional monitoring. This work aims to describe the factors associated with the use of psychotropic drugs among undergraduate pharmacy students, considering sociodemographic characteristics, health history, emotional symptoms, and academic routine. This is a cross-sectional, descriptive, and analytical study conducted with Pharmacy students from a private institution in Northwestern São Paulo State. Data were collected using a structured questionnaire addressing sociodemographic, health, and academic information, along with validated scales for anxiety (BAI) and depression (PHQ-9). Among participants, 32% reported using psychotropic medications, mainly selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs) and benzodiazepine anxiolytics. The primary reason reported was the treatment of anxiety, either alone or associated with depression and insomnia. Users showed significantly higher levels of anxiety and depression compared to non-users. No statistically significant associations were observed with sociodemographic or academic variables. The use of psychotropic drugs among Pharmacy students is associated with higher symptoms of anxiety and depression, with a possible bidirectional relationship, without established causality. The results highlight the need for strategies aimed at promoting mental health and rational medication use in university settings, as well as encouraging further research on the topic.