Com a reforma psiquiátrica o modelo de atenção à saúde mental sofreu transformações, retirando a centralização do poder do hospital psiquiátrico por meio da implantação de programas e serviços substitutivos de atenção e cuidado aos sujeitos em sofrimento psÃquico, sendo que uma das principais estratégias adotadas é a consolidação dos Centros de Atenção Psicossocial. O retorno do sujeito ao convÃvio familiar após longos anos de internação coloca em questão a dificuldade do convÃvio social e familiar, assim como a retomada dos cuidados da famÃlia em relação a este. Assumir os cuidados de um paciente psiquiátrico pode gerar sobrecarga e muitas vezes, significa renunciar à s próprias necessidades, projetos e desejos, colocando os do paciente/familiar em primeiro plano. A presente pesquisa tem por objetivo investigar a presença de indicadores de sobrecarga em cuidadores informais de pessoas com transtornos mentais atendidas em um Centro de Atenção Psicossocial - CAPS de um municÃpio do interior de São Paulo. Participaram da presente pesquisa 37 cuidadores informais de pessoas com transtornos mentais. Para coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: um roteiro de entrevista para caracterização da amostra e o protocolo ZaritBurden Interview (ZBT) para avaliar a presença de indicadores de sobrecarga. Os dados foram analisados de acordo com os escores atribuÃdos no manual de aplicação da escala padronizada. Os resultados obtidos revelam o predomÃnio da sobrecarga moderada e modera da severa (78%), indicando a necessidade de intervenção junto aos cuidadores no sentido de desenvolver estratégias que favoreçam o cuidado e ao mesmo tempo preservem sua saúde.