Este estudo avaliou a implementação de um programa de promoção de saúde mental em escolas brasileiras centrado na escuta ativa e no matriciamento de estudantes por equipes intersetoriais. Utilizando uma abordagem qualitativa, foram realizadas entrevistas com estudantes e profissionais da educação, saúde e assistência social. Os resultados indicaram que a pactuação entre as secretarias e o engajamento das equipes facilitaram a implementação do programa. Contudo, desafios como a dificuldade de conciliar agendas, a falta de qualificação dos profissionais e a ausência de espaços adequados limitaram o alcance das ações. Os estudantes demonstraram interesse nas atividades, mas houve desigualdade no acesso às intervenções. A implementação exige a superação de obstáculos relacionados às organizações escolar e territorial para colaboração entre setores, além da formação dos profissionais, que pode ser potencializada. A avaliação permitiu concluir que é necessário mais do que um ano letivo para que as etapas de implementação sejam realizadas, os objetivos sejam cumpridos e os envolvidos sejam beneficiados com as ações propostas. Esses achados são relevantes não só para aprimorar o programa avaliado, mas também para ampliar o repertório de evidências disponíveis para pesquisadores e formuladores de políticas públicas interessados em implementar intervenções intersetoriais em contextos escolares.
This study assessed the implementation of a mental health promotion program in Brazilian schools, focused on active listening and student case management by intersectoral teams. Using a qualitative approach, interviews were conducted with students and professionals from the education, health, and social assistance sectors. The results indicated that agreements among government departments and team engagement facilitated implementation. However, challenges such as difficulties in coordinating schedules, lack of professional training and insufficient adequate spaces limited the reach of the actions. Students showed interest in the activities, but inequalities in access to interventions were observed. Successful implementation requires overcoming obstacles related to school and territorial organization to foster intersectoral collaboration, in addition to enhancing professional training. The findings suggest that more than one year is needed for the implementation stages to be fully carried out, ensuring that the objectives are achieved and all stakeholders benefit from the proposed actions. These findings are relevant not only to improve the evaluated program but also to expand the evidence base available for researchers and policymakers interested in implementing intersectoral interventions in school contexts.
Este estudio evaluó un programa de promoción de la salud mental en escuelas brasileñas, centrado en la escucha activa y la gestión de casos estudiantiles por equipos intersectoriales. Se realizaron entrevistas cualitativas con estudiantes y profesionales de educación, salud y asistencia social. Los resultados destacaron que acuerdos entre departamentos gubernamentales y el compromiso de los equipos facilitaron la implementación. Sin embargo, desafíos como la falta de formación profesional, espacios inadecuados y dificultades para coordinar horarios limitaron su alcance. Aunque los estudiantes mostraron interés, se observaron desigualdades en el acceso a las intervenciones. Para lograr una implementación exitosa, es necesario superar obstáculos relacionados con la organización escolar y territorial, así como fortalecer la formación profesional. Además, el estudio señala que más de un año es necesario para completar las etapas de implementación y garantizar que los objetivos se alcancen plenamente. Estos hallazgos son útiles no solo para perfeccionar el programa evaluado, sino también para aportar evidencia relevante a investigadores y responsables de políticas públicas interesados en implementar intervenciones intersectoriales en escuelas. Este trabajo refuerza la importancia de la colaboración intersectorial y de la planificación a largo plazo para promover la salud mental en contextos educativos.