O presente estudo objetivou caracterizar a reação inflamatória aguda uterina em cadelas
submetidas à inseminação artificial (IA), e identificar a flora bacteriana presente após os seguintes
tratamentos: inseminação com sêmen acrescido de extensor (n=6), inseminação com sêmen fresco
(n=6) e não inseminadas (n=6). A porcentagem de leucócitos polimorfonucleares (PMNs)
encontrados na superfÃcie endometrial e na análise histológica do endométrio foi confrontada com o
resultado do exame microbiológico. A análise citológica não evidenciou diferença no número de
células inflamatórias entre as cadelas não inseminadas (3,05 ± 1,74 PMNs) e as inseminadas com
sêmen fresco (3,55 ± 1,51 PMNs), mas esses dois grupos diferiram do grupo inseminado com sêmen
acrescido do extensor (7,8 ± 1,67 PMNs) (p<0,05). Da mesma forma, na análise histológica,
considerando-se três regiões uterinas observadas, verificou-se ausência de diferença entre os
tratamentos, não inseminadas (87,72 ± 35,2 PMNs) e inseminadas com sêmen fresco (122,97 ±
43,31 PMNs), sendo que ambos diferiram das inseminadas com sêmen acrescido do extensor
(171,94 ± 42,74 PMNs) (p<0,05). A análise microbiológica evidenciou a presença de Staphylococcus
sp ou Proteus sp, presentes em 45% (n=8) das cadelas, independente do grupo no qual estavam
inseridas. Verificou-se que o extensor para sêmen é um potente indutor de reação inflamatória local
e que culturas positivas de swab endometrial podem ser obtidas de cadelas em estro, sem que as
mesmas apresentem inflamação ou infecção.
The present study aimed to obtain information about the uterine inflammatory response
(number of polymorphonuclear neutrophilic granulocytes - PMNs) in bitches after artificial
insemination (AI) and identify the uterine microflora present after the following treatments:
insemination using semen with extender (n=6), insemination with fresh semen (n=6) and no
inseminated (n=6). The percentage of PMNs on the endometrial surface and within histological
sections was evaluated together with the presence of aerobic bacteria in the uterine lumen. For
endometrial cytology, there was no significative difference on the number of inflammatory cells
between bitches not inseminated (3.05 ± 1.74 PMNs) and those inseminated with fresh semen (3.55
± 1.51 PMNs); There was a significative difference in both groups compared to the inseminated with
semen plus extender (7.80 ± 1.67 PMNs) (p<0.05). Histology showed that there was no significative
difference on the number of inflammatory cells between bitches not inseminated (87.72 ± 35.2 PMNs)
and those inseminated with fresh semen (122.97 ± 43.31 PMNs); however, it was observed
differences in both groups compared to those inseminated with semen plus extender (171.94 ± 42.74
PMNs) (p<0.05). Eight animals, randomly distributed in the groups, showed the presence of
Staphylococcus sp and Proteus sp., in the microbiological exam. The extender for semen, with Tris, is
a potent inducer of uterine inflammation, and positive uterine cultures may be obtained during estrus
without inflammation or uterine infection.