Neste texto, com base nas ideias de Bakhtin (1988; 2003), Bronckart (1996),
Goffman (1961), Gumperz (1982), Vion (1992) e demais teóricos que tratam sobre o
interacionismo, bem como com base nos estudos sociolinguÃsticos defendidos por Labov,
procuramos refletir sobre o interacionismo presente no trabalho do pesquisador ao realizar a
análise de seu objeto de estudo, o Livro Didático (doravante LD) voltado para a educação escolar
indÃgena. Percebemos que o pesquisador, ao realizar estudos sobre esse suporte didáticopedagógico,
assim como o autor do livro, o professor e os alunos indÃgenas que o utilizam,
também se apresenta como um sujeito de interação neste quadro interativo vivenciado por
produtores e receptores de conhecimento cientÃfico. Nossa análise evidencia os postulados de
Robert Vion, para quem a interação não se dá apenas na co-presença fÃsica dos participantes.