Nesse artigo problematizo a escrita etnográfica como processo de organização da experiência de campo do antropólogo, sobre os inúmeros deslocamentos epistemológicos que a produção progressiva de registros desse campo tende a provocar na construção, tanto do tema quanto do objeto do pensamento antropológico. O faço, a partir de minha própria experiência de pesquisa focalizando mulheres e violências. Enfim, reflito sobre as acomodações objetivas e subjetivas as quais está sujeito o pensamento do antropólogo no seu trajeto de conhecimento do outro, do estranho, do qual resulta o processo de produção textual como parte de um esforço de consolidação das distintas modalidades simbólicas de controle do tempo no interior de uma narrativa- a da experiência do antropólogo em campo.