Na Teoria do Discurso de matriz pecheutiana, não são defendidas teorias inatistas. A linguagem não é questão de hereditariedade: é algo a ser aprendido. A linguagem não é só lógica ou biológica e, por isso, não se podem ignorar as problemáticas patológicas, históricas e culturais que ela apresenta. Entretanto, somos sujeitos da/na linguagem, atravessados pelo inconsciente. Sendo assim, neste trabalho buscamos analisar alguns discursos que, na sua fragmentação, circulam nas cantigas infantis, reorganizando as práticas sociais desde tenra idade. Cantigas que ecoam, ressoam na história, impondo maneiras de comportamento nas crianças, segmentando binariamente o masculino e o feminino. Uma memória social que estrutura, reestabelece e também representa a realidade e seu campo de forças das relações sociais para mudança ou sua conservação. A minhoca, a rosa, o minhoco e o cravo discursivizando sentidos de práticas sociais.
In Pecheutian Matrix Discourse Theory, innate theories are not defended. Language is not a matter of heredity: it is something to be learned. Language is not only logical or biological and, therefore, one cannot ignore the pathological, historical and cultural problems it presents. However, we are subjects of/in language, crossed by the unconscious. Thus, in this work we seek to analyze some discourses that, in their fragmentation, circulate in children's songs, reorganizing social practices from an early age. Songs that echo, resonate in history, imposing ways of behavior on children, segmenting the male and female binary. A social memory that structures, reestablishes and also represents the reality and its force field of social relations for change or its conservation. The worm, the rose, the worm and the harpsichord discursive meanings of social practices.