Bens culturais, mercado e italianidade: memórias da imigração no Rio Grande do Sul

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ISSN: 1808-5245
Editor Chefe: Samile Andréa de Souza Vanz
Início Publicação: 01/01/1986
Periodicidade: Quinzenal
Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Ciência da informação

Bens culturais, mercado e italianidade: memórias da imigração no Rio Grande do Sul

Ano: 2020 | Volume: 26 | Número: Especial
Autores: Luis Fernando Beneduzi
Autor Correspondente: Luis Fernando Beneduzi | [email protected]

Palavras-chave: Identidade étnica, Imigração italiana, Bens materiais e imateriais, Mercado de consumo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A imigração italiana constituiu um fenômeno importante na história do Rio Grande do Sul, seja do ponto de vista étnico-cultural, seja político, econômico ou social.  A mão-de-obra dos imigrantes contribuiu para a diversificação da economia gaúcha já nas primeiras décadas do século XX. Por outro lado, esse desenvolvimento econômico colaborou para o nascimento de uma elite étnica local que, na década de 1920, tomou para si o direito/dever de produzir a memória de uma imigração vitoriosa.  Portanto, já nas décadas de 1920-1930, memória, narrativas sobre a imigração italiana e italianidade se entrecruzavam com a economia e a política, indicando uma etnia que contribuiu para o progresso econômico e social do estado. No tempo, os momentos de crescimento do brand “Itália” nos mercados interno e exterior se sobrepuseram a uma ênfase na positividade étnica italiana.  O objetivo do presente artigo é buscar compreender quanto dos códigos de italianidade contemporâneos remontam àquele momento primordial da década de 1920 e como o mercado foi moldando este novo produto de consumo, os bens imateriais associados aos ítalo-gaúchos.



Resumo Inglês:

Italian immigration has been an important phenomenon in the history of Rio Grande do Sul, whether from an ethnic-cultural, political, economic or social point of view. Labor force of immigrants has contributed to the diversification of the gaucho economy as early as in the first decades of the 20th century. On the other hand, this economic development has contributed to the birth of a local ethnic elite that, in the 1920s, took for itself the right/duty to produce the memory of a victorious immigration. Therefore, as early as in the 1920s and 1930s, memory, narratives about the Italian immigration and Italianity intersected with the economy and politics, indicating an ethnicity that contributed to the economic and social progress of the State. Over time, the growth of the “Italy” brand in the domestic and foreign markets has overlapped with an emphasis on ethnic Italian positivity. The aim of this article is to seek to understand how much of contemporary Italianity codes date back to that primordial moment of the 1920s and how the market has shaped this new consumer product, the intangible heritage associated with the Italo-gauchos.