Nosso objetivo neste texto é discutir o bilinguismo como um fenômeno complexo no qual vários elementos interagem e, como tal, pode ser observado e analisado a partir de diferentes perspectivas. Focaremos nas questões de
aquisição, principalmente na perspectiva gerativista, ou abordagem paramétrica, como também é conhecida (PINKER, 1984; O’GRADY, 1997; MEISEL, 2000,2011; SNYDER, 2007), a qual considera os conceitos de lÃngua-I e lingua-E e os variados tipos de bilinguismo resultantes de diferentes processos linguÃsticos de aquisição da linguagem (CHOMSKY, 1965, 1995, 2000; WHITE, 2003). Abordamos, ainda, a questão do impacto que o bilinguismo exerce sobre
o sistema cognitivo e linguÃstico dos aprendizes, salientando as vantagens que a reorganização neural durante a aprendizagem de duas lÃnguas estabelece, tanto para os bilÃngues precoces como para os longevos (HEREDIA; ALTARRIBA, 2001; BIALYSTOK, CRAIK, KLEIN; VISWANATHAN, 2004; GROSJEAN, 2008; KRAMER; MOTA, 2012). Para ilustrar a discussão, utilizamos dados de pesquisas desenvolvidas em escolas bilÃngues na cidade de Natal/RN, bem
como práticas de ensino nesses contextos. Com bases nesses dois aspectos envolvidos no desenvolvimento bilÃngue, discutimos a questão da complexidade das variáveis relacionados ao bilinguismo em suas várias manifestações.