A hipótese de uma experiência bilÃngue impactar no desempenho de crianças é motivo de escrutÃnio na literatura há bastante tempo. Porém, foi só mais recentemente que se passou a investigar o impacto dessa experiência na vida adulta e no envelhecimento. Evidências do bilinguismo como uma espécie de proteção contra o declÃnio cognitivo no envelhecimento têm sido recebidas com entusiasmo, uma vez que o envelhecimento é o principal fator de risco para sÃndromes demenciais. O presente estudo buscou investigar a extensão do impacto do bilinguismo na memória de trabalho de idosos e adultos. Para tanto, investigou-se o desempenho de 136 participantes bilÃngues e monolÃngues na tarefa N-back. Os resultados revelaram que bilÃngues e monolÃngues se comportaram de maneira similar em termos de acurácia, mas os idosos bilÃngues foram mais rápidos do que os idosos monolÃngues na resolução das tarefas, o que revela menores custos cognitivos para os bilÃngues. Além disso, a magnitude da diferença do desempenho entre adultos e idosos em termos de tempo de reação foi menor entre os bilÃngues, sugerindo que o bilinguismo esteja atuando como reserva cognitiva, retardando o impacto do envelhecimento.
The hypothesis that bilingualism can impact on the performance of children has been under great scrutiny for a long time. However, it has been only recently that the impact of this experience has been researched throughout life and aging. Evidence of bilingualism as some kind of protection against age-related cognitive decline has been received with great enthusiasm, as aging is the main risk factor for dementia syndromes. The present study investigated the extension of bilingualism impact on the working memory of adults and older adults. Therefore, we analysed the performance of 136 bilinguals and monolinguals on the N-back task. Our results revealed that bilinguals and monolinguals behaved similarly in terms of accuracy. However, older bilinguals were faster than older monolinguals, which means lower cognitive costs for bilinguals. Moreover, the magnitude of the difference between older bilinguals and younger bilinguals regarding reaction time was lower than for monolinguals, which suggests that bilingualism is acting as a cognitive reserve and delaying age-related cognitive decline.