Objetiva-se, com este breve ensaio, expor alguns elementos acerca do fenômeno crescente da medicalização de crianças e adolescentes como parte intrÃnseca do processo de ensino-aprendizagem. Trata-se, portanto, da tentativa de apreensão das múltiplas e contraditórias relações sociais de um tipo particular de fenômeno social – tido como biológico –, que cada vez mais impõe sua presença no espaço e na dinâmica escolar. Pode-se afirmar, com relativa certeza, que o fenômeno da medicalização tornou-se um dos elementos constitutivos do processo de ensino-aprendizagem e que, em larga medida, a sociabilidade infantojuvenil, cada vez mais depende de psicotrópicos. A partir de tal hipótese, buscar-se-á analisar o processo de saúde-doença presentes nas concepções, movimento e dinâmica daquilo que convencionalmente foi denominado pela literatura médica de Transtorno de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Dislexia. Ora, a partir dos termos postos, o ensaio ora proposto se constituirá a partir da seguinte questão: é possÃvel constituir uma sociabilidade e, portanto, uma sociedade virtuosa a partir da educação pelos vÃcios?