Este artigo apresenta uma discussão teórica sobre a noção de biopolÃtica como ferramenta interpretativa acerca de alguns usos das biotecnologias na reconfiguração de referentes biológicos de identidade nas sociedades contemporâneas. Neste caso, fármacos e alimentos podem tornar-se importantes mecanismos definidores de padrões de agrupamento social e estilos de vida pautados pelos discursos do "risco" e da "verdade cientÃfica". No jogo de sentidos da retórica do poder as biotecnologias podem simbolizar a certeza, a objetividade e a verdade da palavra autorizada da ciência, frente à s controvérsias e diferentes interpretações destes vÃnculos entre inovações biotecnológicas e o mercado da saúde e da indústria da vida. No rastro da difusão de conhecimentos e artefatos biotecnológicos são criadas competências e incorporadas expectativas biopolÃticas na formação de identidades de acordo com padrões de saúde, estes informados pela ciência.