É mais ou menos consensual que o último quarto do século XX trouxe mudanças significativas tanto na organização social das sociedades modernas como nas teorias utilizadas para a sua explicação e/ou transformação. É aproximadamente neste perÃodo que surge o amplo e multifacetado movimento sócio-cultural da “pós-modernidadeâ€. Boaventura de Sousa Santos é talvez o mais importante teórico e militante [tendo grandiosa influência no Fórum Social Mundial, por exemplo] da corrente intitulada “pós-modernidade de contestaçãoâ€, termo, aliás, que ele mesmo cunhou. Esta corrente procura investigar as possÃveis vias de concretização dos ideais da modernidade criando, todavia, meios pós-modernos para atingi-los. Nesta tentativa, uma série de temas foram tratados, desde a avaliação sócio-histórica da modernidade até as mediações polÃticas necessárias para a implementação dos ideais almejados, passando ainda pelo conceito de ciência e por toda uma discussão epistemológico-ontológica. O artigo em tela pretende analisar criticamente a tentativa desta corrente, a partir fundamentalmente das elaborações do sociólogo português, tendo o marxismo como parâmetro.