As crianças, “entre elasâ€, o que nos dizem? Como as escutamos? Como as
vemos? Como as lemos? No ensaio, persigo a ideia de investigar a ação das
crianças, sensorialmente projetadas no filme Bom dia (Ohayo - 1959), de Yasujiro
Ozu (1903-1963), em diálogo com a sociologia da infância, a pedagogia poética e a
fenomenologia da imaginação. A intenção é a de priorizar, na percepção das
infâncias, o estudo das relações que as crianças estabelecem entre si no filme
assistido. A imaginação, portanto, opera aqui um papel fundamental, pois pensar, na
perspectiva de construção desse texto, supera reproduzir ou analisar um mundo que
se dá a ver, ou se oferece. Ao optar por essa via de acesso – não melhor, mas outra
– busco escutar-ver-ler-sentir a obra cinematográfica enquanto criação de uma
imagem nova e conceber, a partir dela, uma escrita criativa, que se institui no estreito
vÃnculo com a minha imaginação material no exercÃcio de devanear escrevendo.
Children, "between them", what do they tell us? How do we listen to them?
How do we see them? How do we read them? In the essay, I pursue the idea of
investigating the actions of children, sensory projected in the film Good Morning
(Ohayo - 1959) of Yasujiro Ozu (1903-1963), in dialogue with the sociology of
childhood, poetic pedagogy and the phenomenology of imagination. The intention is
to prioritize, in the perception of childhood, the study of the relationships that children
establish themselves in the film attended. Imagination, therefore, operates a key role
here, because thinking from the perspective of construction of this text, surpasses
reproduce or analyze a world that is to be seen, or offers. By choosing this route of
access - not better, but another - I seek to listen to read-see feel the film work while
creating a new image and design from her, a creative writing, which establishes the
close link with the my imagination wander material in the course of writing.