Este artigo tem como objetivo apresentar e discutir princípios e ideias norteadoras de uma pesquisa em andamento sobre os significados atribuídos à presença haitiana no oeste catarinense cuja constituição local está fortemente associada à identidade branca, marcadamente italiana e alemã, em prejuízo de outras identidades: caboclos e povos indígenas. O objetivo é evidenciar como essa branquitude hegemônica tem sido acionada nas relações entre moradores locais e imigrantes haitianos. Como forma de organizar os caminhos da pesquisa, revisitamos as categorias “preconceito de marca” e “preconceito de origem” cunhadas por Oracy Nogueira e acionamos as categorias de “estabelecidos” e “outsiders” de Elias e Scotson (2000). O trabalho de campo tem mostrado um processo de estereotipagem racial (STUART HALL, 2016) dos imigrantes haitianos pelos moradores brasileiros, fundamentado na suposta superioridade da origem europeia.
This paper aims at presenting and discussing guiding principles and ideas of an ongoing research regarding the meanings assigned to Haitian presence in the west area of Santa Catarina, which local constitution is strongly associated to Caucasian identity, specially Italian and German over other identities: “caboclos” and indigenous groups. The goal is to make evident how this hegemonic whiteness have been trigged in the social relations between local habitants and Haitian immigrants. As a mean for organizing the research path, we have revisited “mark prejudice” and “origin prejudice” categories, named by Oracy Nogueira, and we have used Elias e Scotson (2000) “established” and “outsiders” categories. The fieldwork has been showing a process of racial stereotyping (STUART HALL, 2016) of Haitian immigrants by Brazilian residents, built on the supposed superiority of the European origin.