Bronquiectasias não fibrocísticas: um perfil epidemiológico em hospital pediátrico

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ISSN: 22366814
Editor Chefe: Clemax Couto Sant'Anna, Marilene Crispino Santos
Início Publicação: 30/04/2011
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Bronquiectasias não fibrocísticas: um perfil epidemiológico em hospital pediátrico

Ano: 2024 | Volume: 14 | Número: 1
Autores: Brenda Souza de Oliveira Reis; Ângelo Antônio Gonçalves de Quadros; Raisa Elena Tavares Pinheiro
Autor Correspondente: Brenda Souza de Oliveira Reis | [email protected]

Palavras-chave: Bronquiectasia, Criança, Epidemiologia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

OBJETIVOS: Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes portadores de bronquiectasias não associadas à fibrose cística em um hospital pediátrico e expandir os conhecimentos dessa comorbidade na população infantil.
METODOLOGIA: Foram selecionadas tomografias de tórax realizadas de janeiro de 2016 até janeiro de 2020 em um serviço de atendimento pediátrico. Os laudos foram consultados, averiguando aqueles com os critérios compatíveis atualmente aceitos para o diagnóstico de bronquiectasias. Os prontuários dos selecionados passaram por um processo de revisão em busca das variáveis analisadas. Foram excluídos pacientes com diagnóstico de fibrose cística e com prontuários defasados.
RESULTADOS: Dos 2.319 laudos estudados, foram identificados 42 pacientes. Dentre esses, 59,5% eram do sexo feminino, 66,7% realizaram seguimento em ambulatório de pneumopediatria e a média de idade no momento do diagnóstico por imagem foi de 9,3 anos (±4,9). No acompanhamento, 57,1% dos pacientes realizaram espirometria e 35,7% realizaram cultura de escarro. O crescimento bacteriano mais observado foi o da Pseudomonas aeruginosa (33,4%) e o padrão espirométrico mais frequente foi o restritivo (29,2%). Das etiologias presuntivas, a mais prevalente foi a pneumonia de repetição (21,4%), seguidas da bronquiolite obliterante (14,3%) e das colagenoses (14,3%).
CONCLUSÃO: Os resultados encontrados neste trabalho possibilitaram uma melhor caracterização desse subgrupo de pacientes. Além disso, reforça-se a importância do diagnóstico de bronquiectasias não associadas à fibrose cística, já que a sua terapêutica requer manejo específico e individualizado.



Resumo Inglês:

OBJECTIVES: to describe the epidemiological profile of patients with non-cystic fibrosis bronchiectasis in a pediatric hospital and to expand the knowledge of this comorbidity in the pediatric population.
METODOLOGY: Chest CT scans performed from January 2016 to January 2020 in a pediatric care service were selected. The reports were consulted, verifying those with compatible criteria currently accepted for the diagnosis of bronchiectasis. The medical records of those selected underwent a review process in search of the variables analyzed. Patients diagnosed with cystic fibrosis and with outdated medical records were excluded.
RESULTS: Of the 2319 reports studied, 42 patients were identified. Among these, 59.5% were female, 66.7% were followed up at a pneumopediatrics outpatient clinic, and the mean age at the time of imaging diagnosis was 9.3 years (±4.9). At follow-up, 57.1% of patients underwent spirometry and 35.7% underwent sputum culture. The most observed bacterial growth was that of Pseudomonas aeruginosa (33.4%) and the most frequent spirometric pattern was restrictive (29.2%). Of the presumptive etiologies, the most prevalent was recurrent pneumonia (21.4%), followed by bronchiolitis obliterans (14.3%) and collagen diseases (14.3%).
CONCLUSION: The results found in this study allowed a better characterization of this subgroup of patients. In addition, the importance of diagnosing non-cystic fibrosis bronchiectasis is reinforced, as its therapy requires specific and individualized management.