A escola tem se constituÃdo, historicamente, em um espaço de disciplinamento e posicionamento dos corpos (FOUCAULT, 2009). Vem ensinando, sutilmente, modos de ser e estar no mundo, (re)produzindo desigualdades, construindo identidades e diferenças. Contudo, na contemporaneidade, alguns olhares aguçados utilizam o espaço escolar como lugar de desconstrução das naturalizações e de identidades duras e marcadas, questionando as essencializações presentes nesse ambiente. No presente artigo trazemos um episódio ocorrido no cotidiano de uma escola pública municipal de Juiz de Fora/MG para problematizarmos os atravessamentos de gênero e de raça que atuam no posicionamento de meninas em um padrão hegemônico de gênero. Para tanto, recorremos aos estudos foucaultianos, estudos culturais e de gênero numa perspectiva pós-estruturalista. Objetivando (re)pensar a tecedura de saberesfazeres docentes, considerando as inúmeras e quase invisÃveis possibilidades que se apresentam aos praticantes do ordinário (CERTEAU, 1994) não somente de repetição, mas de transformação de suas redes de subjetividades. Problematizamos os silêncios e os silenciamentos que atravessam a prática docente, bem como os olhares atentos que desinvisibilizam (SANTOS, 2005) tais silêncios/silenciamentos.