Schopenhauer define a felicidade como a “satisfação sucessiva de todo o nosso quererâ€,
e afirma que a tendência a ela (i) “coincide completamente com a nossa existência†– cuja essência
é a Vontade de viver – mas (ii) é revelada pelo conhecimento como o nosso maior erro e ilusão.
Com base nisso, ele defende que (i) o propósito da vida consiste na busca da felicidade, mas (ii) o
“verdadeiro objetivo†é a infelicidade – que é imposta pelo “destino†e conduz à auto-supressão da
Vontade. Neste artigo, primeiro se apresentará ambos os aspectos da busca da felicidade, e depois
se sugerirá que não há contradição nem unilateralidade no filósofo, mas uma visão dualista dos atos
fundamentais da essência humana – a Vontade: (i) auto-afirmação – gula cega e incondicional por...
(felicidade plena) – e (ii) auto-negação de si própria – na qual essa sede hedonista é compreendida
como um erro.