O trabalho tem como objetivo entender o papel dos estereótipos na vida dos brasileiros no Porto. A principal ideia defendida é a de que os esteriótipos sobre brasileiros vigentes em Portugal atuam como uma prisão para a ação e que, constantemente submetidos as representações comuns em Portugal, os imigrantes brazucas acabam por performar papéis preestabelecidos. Estes papéis são marcados pela venda do exótico, de uma imagem mercantilizada da suposta essência brasileira. Assim, imigrantes brasileiros especializam-se na venda da "alegria" no mercado de trabalho português: trabalham como garçons e garçonetes, músicos, atendentes, dançarinos e dançarinas, prostitutas e travestis, etc. As imagens de um Brasil mulato, sensual e alegre transformam-se em uma mercadoria como outra qualquer, mas é uma mercadoria que reifica ainda mais a substância de que é feita: os estereótipos. É neste sentido que estes são considerados prisões simbólicas.