A capacidade dos bebês de segmentar o sinal da fala: sensibilidade auditiva e percepção categorial

Revista Linguística Rio

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Início Publicação: 31/08/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística

A capacidade dos bebês de segmentar o sinal da fala: sensibilidade auditiva e percepção categorial

Ano: 2020 | Volume: 6 | Número: 1
Autores: M. de S. Pinto, Emily Silvano
Autor Correspondente: M. de S. Pinto | [email protected]

Palavras-chave: Segmentação da fala, Aquisição de linguagem, Percepção categorial, Sensibilidade auditiva

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Apresentamos uma reflexão sobre as principais hipóteses a respeito da capacidade de segmentação do fluxo contínuo do sinal da fala que bebês demonstram possuir desde o nascimento. Para isso, oferecemos um panorama desde a revisão bibliográfica feita por Kuhl (2004), que propôs marcos no desenvolvimento infantil baseados no que bebês compreendem e produzem, à recente revisão de Chládková e Paillereau (2020), que apresenta críticas a cerca da percepção categorial universal, defendida por Kuhl (2004). Nosso objetivo é destacar o que se mantém e o que foi revisado desde então, bem como apresentar questões para futuras investigações, como a importância de considerar as duas hipóteses em concorrência sobre os mecanismos que subjazem o fenômeno em questão. Discute-se se os bebês possuem uma sensibilidade auditiva inicial capaz de perceber contrastes fonéticos, mesmo que não sejam distinções funcionais na língua materna, ou se possuem uma percepção categorial universal que impõe restrições na identificação desses contrastes. Além disso, discutimos a necessidade de estudos com bebês surdos aprendendo línguas de sinais, bem como a importância de considerar estudos com línguas orais de troncos linguísticos distintos.



Resumo Inglês:

We present a reflection on the main hypotheses regarding the segmentation capacity of the continuous flow of the speech signal that babies appear to have since birth. For this purpose, we offer an overview from the bibliographic review made by Kuhl (2004), which proposed milestones in child development based on what babies understand and produce linguistically, to the more recent review by Chládková and Paillereau (2020), which presents criticisms about the universal categorical perception, defended by Kuhl (2004). Our objective is to highlight what remains and what has been revised since then, as well as to present questions for future investigations, such as the importance of considering the two competing hypotheses about the mechanisms underlying the phenomenon in question. It is discussed whether babies have an initial auditory sensitivity capable of perceiving phonetic contrasts, even if they are not functional in the mother tongue, or if they have a universal categorical perception that imposes restrictions in identifying these contrasts. In addition, we discussed the need for studies with deaf babies learning sign languages and the importance of considering studies with oral languages from different linguistic trunks.