O capital futebolístico emerge de um conjunto de práticas (herdadas, adquiridas e incorporadas/ corporais e linguísticas), capazes de legitimar um agente em uma posição social de destaque no campo futebolístico em que se encontra inserido, mas também pela capacidade de conversão destas práticas ou deste capital, em outros capitais (econômico, culturais, social e simbólico), devido a sua dinâmica relacional. Neste contexto, o objetivo do estudo foi analisar como o capital futebolístico é utilizado cotidianamente pelos agentes que compõe o Mirante Esporte Clube, inserido no campo futebolístico amador da cidade de Ponta Grossa – Paraná. Para tanto, realizou-se um estudo etnográfico no clube, durante sua participação nos campeonatos amadores organizados pela Liga de Futebol de Ponta Grossa, entre os anos de 2013 e 2022. Identificou-se através das relações de trabalho dos agentes, que o acúmulo de capital futebolístico poderia ser interpretado como uma estratégia rentável, do ponto de vista financeiro ou por melhores condições de trabalho, seja em uma perspectiva informal, formal ou empreendedora. Principalmente para os jogadores que possuíam poucas opções de escolha, pois não realizaram ou não tiveram a oportunidade de realizar ao longo de sua trajetória social os mesmos investimentos em outros campos sociais, como o acadêmico. Neste contexto, aceitar as lógicas deste espaço e permanecer no campo era fundamental, pois deixar o posto conquistado significaria assumir o risco de sofrer perdas simbólicas dentro e fora do campo futebolístico amador de Ponta Grossa.