O texto abaixo apresenta notas de leitura do livroPós-Capitalismo: Um Guia para Nosso Futuro, de Paul Mason. O autor pretende demonstrar que, ao contrário do que defende a tradição marxista, já haveria formas pós-capitalistas em gestação por dentro do sistema do capital. O advento do socialismo não dependeria do controle do aparelho de dominação para se implantar. Em especial, ele defende que isso emergiu a partir do momento em que as tecnologias de informação ganharam peso relevante nos circuitos econômicos do capitalismo, uma vez que elas favorecem o surgimento de mecanismos incompatíveis com a economia de mercado, tais como trabalho e bens compartilhados, produtos não-proprietários e organizações cujas atividades funcionam em redes digitais cooperativadas. Essa lógica de funcionamento, no entanto, somente seria apreendida em sua complexidade por meio da Lei do Valor defendida por Marx em sua obra. A economia política clássica seria incapaz de explicar as transformações em andamento, pois elas pressupõem mercadorias não passíveis de serem precificadas. Mason também questiona a capacidade atual do “proletariado” em protagonizar processos revolucionários, conferindo tal papel a “cada indivíduo sobre a terra” ou à “humanidade em rede”.
The text below presents a summary of key points from the book Post-Capitalism: A Guide to Our Future, by Paul Mason. The author intends to demonstrate that, contrary to what the Marxist tradition argues, there are already post-capitalist ways in development within the capital system. The advent of socialism would not depend on the control of the apparatus of domination to establish itself. In particular, he argues that this emerged from the moment that information technologies have gained relevant weight in the economic circuits of capitalism, since they favour the emergence of mechanisms incompatible with the market economy, such as labor and shared goods, non-proprietary products and organizations whose activities operate on cooperative digital networks. This operating logic, however, could only be understood in its complexity through the Law of Value defended by Marx. Classical political economy would be unable to explain the transformations in progress, since it presupposes commodities that cannot be priced. Mason also questions the current capacity of the "proletariat" to carry out revolutionary processes, giving such a role to "each individual on earth" or to "networked humanity".