Neste artigo, objetivo apresentar o povo Capuxu, um grupo camponês endogâmico do sertão da Paraíba, como grupo étnico. Para isso faço uma análise do grupo e sua identidade coletiva a partir das teorias de etnicidade utilizando-me do instrumental teórico de Weber (1921) e Barth (1969). O povo Capuxu constitui um grupo cuja diferenciação está nitidamente marcada através da produção de fronteiras e de um forte sentimento de pertença que envolve o povo tendo sido a estes dois elementos que eu me dediquei em campo. Além disso, analiso os sinais diacríticos do povo, sendo estes: a aparência comum aos membros do grupo; o sotaque peculiar; o etnônimo; o sistema endogâmico de parentesco; e a contigüidade territorial. A partir destes três vetores: produção de fronteiras, sentimento de pertença e sinais diacríticos, realizo uma análise da produção da etnicidade Capuxu e das estratégias de permanência e reprodução social de um grupo camponês que se esforça por manter seu ethos e sua identidade coletiva.
In this article, I aim to present the Capuxu people, an endogamous peasant group from Paraíba backlands, as an ethnic group. So I performed an analys is of this group and its collective identity using theories of ethnicity, specifically Weber's (1921) and Barth’s (1969) theoretical apparatus. The Capuxu people is a group whose differentiation is clearly marked by the production of boundaries and by a strong sense of belonging that involves the people. These were the two elements I dedicated myself to in the field. Furthermore, I analyze this people’s diacritical marks, which are: the common appearance of the group members; the peculiar accent; the ethnonym; the endogamous kinship system; and the territorial contiguity. From these three vectors: boundaries production, sense of belonging and diacritical marks, I performed an analys is of the Capuxu’s ethnicity production and the strategies for permanence and social reproduction of a peasant group that strives to maintain its ethos and its collective identity.