O artigo caracteriza a produção leiteira no município de Tailândia, Nordeste Paraense, a partir de dados sobre o perfil socioeconômico do produtor, sistemas de produção, comercialização, associativismo, assistência técnica e crédito rural, obtidos em 49 propriedades leiteiras. A idade média dos produtores foi de 52,5 anos, com baixo nível de escolaridade e atuação na atividade há mais de dez anos. A maioria (73,5%) reside na propriedade, mas é natural da região Nordeste do Brasil. A produção de leite é a principal atividade, e a renda é complementada com outras atividades rurais e urbanas. Há participação expressiva dos familiares nas atividades com pequena contratação de mão de obra. A produtividade média das propriedades foi de 5 litros/vaca/dia, com período médio de lactação de seis a oito meses. O sistema tradicional é predominante nas propriedades e, apesar de 79,6% adotarem pastejo rotacionado, apenas 6,12% utilizam capineiras; no período seco, somente 34,7% suplementam o rebanho com farelos de arroz, milho, soja, trigo e resíduos de macaxeira e dendê. Como medidas sanitárias, há conformidade quanto à aplicação de vacina contra febre aftosa, além da prevenção contra parasitas e verminoses. Não há controle e planejamento reprodutivo, o que interfere negativamente no desenvolvimento da produção. A ordenha é realizada manualmente em curral coberto, uma vez ao dia, e apenas 34,7% das propriedades possuem água encanada no local para higiene dos manipuladores, utensílios e animais. Devido à suspensão das atividades do laticínio municipal de Tailândia, a produção de leite e derivados é comercializada informalmente, o que configura um risco à saúde pública. Apenas 20,4% dos produtores obtiveram acesso aos serviços de assistência técnica e 51% não obtiveram acesso a financiamento. A falta de informação, de assistência técnica e de investimentos na produção leiteira gera baixa produtividade e qualidade do produto.
The article features dairy production in the municipality of Tailândia, northeast Pará, from data on the producer socio-economic profile, production systems, marketing, associativity, technical assistance and rural credit, obtained in 49 dairy properties. Farmers average age was 52.5 years, with low level of education and over ten years of experience. The majority (73.5%) live in the property, and come from the Northeast. Milk production is the main activity, among other rural and urban nature, which complement the income of producers. There is significant participation of family members in activities with little hired labor. The average property yield was 5 liters/cow/day, with an average lactation period of 6 to 8 months. The traditional system is predominant in the properties, although 79.6% use rotational management and only 6.12% use forages. In the dry season, 34.7% supplement the herd with rice bran, corn, soybeans and wheat, cassava and palm oil waste. Sanitary measures include the application of foot-and-mouth disease vaccine, as well as prevention against parasites and worms. There is no reproductive control and planning, which negatively affects the development of production. Milking is performed manually in a covered corral, once a day and only 34.7% of the properties have running water on site for hygiene of food handlers, utensils and animals. Due to the suspension the municipal dairy activities, the production of dairy products is piped to the informal trade, which sets up a public health problem. Only 20.4% of the producers have private technical assistance and most producers (51.0%) had no access to financing. The lack of information, technical assistance and investment in dairy production generates low productivity and product quality.