O objetivo deste ensaio é (re)viver a pedagogia e didática freiriana no atual contexto de pandemia COVID-19. Chamar a atenção para esse desgoverno, ressignificando a educação para superação dos problemas políticos, econômicos, sociais e humanitários, agravados em 2020/2021 pelo coronavírus, uma crise compartilhada entre dor e corrupção. Como metodologia, nos pautamos no processo dialógico de uma carta pedagógica que se torna nossa inspiração e porta-voz, tendo em vista que nos sentimos exiladas no distanciamento social necessário para evitar a propagação do vírus. A exemplo de Freire que no seu exílio encontrou formas de comunicar-se para além da palavra dita, usamos da palavra escrita como ferramenta de uma rebeldia saudável, da qual nós, educadores, tanto lutamos. Consideramos que não podemos nos fechar para os problemas, mas pensar em alternativas e soluções para nossa sociedade. Entendemos ainda que, por meio do legado de Freire, possibilitaremos reflexões que ajudarão romper com essas formas de governos (ou desgovernos) com ações para a transformação solidária e democrática, construída na multiculturalidade da educação.
The aim of this essay is to (re)live the Freirian pedagogy and didactics in the current context of the COVID-19 pandemic. Draw attention to this misgovernance, redefining education to overcome political, economic, social and humanitarian problems, aggravated in 2020/2021 by the coronavirus, a shared crisis between pain and corruption. As a methodology, we are guided by the dialogic process of a pedagogical letter that becomes our inspiration and spokesperson, considering that we feel exiled in the social distance necessary to prevent the spread of the virus. Like Freire, who in his exile found ways to communicate beyond the spoken word, we use the written word as a tool for a healthy rebellion, which we educators struggle with so much. We believe that we cannot close ourselves off from problems, but think about alternatives and solutions for our society. We also understand that, through Freire's legacy, we will enable reflections that will help to break these forms of government (or misgovernment) with actions for solidary and democratic transformation, built on the multiculturality of education.