O artigo examina o papel da correspondência na logística da Companhia de Jesus, com ênfase nas cartas emergenciais relacionadas à conquista holandesa no Brasil, no século XVII, muitas vezes redigidas por padres aprisionados ou exilados pelos holandeses. Os autores defendem que, neste gênero epistolar, prevalece o tom de resistência contra o avanço dos “hereges calvinistas” em terra católica, bem como de alerta contra inacianos dissidentes. Neste sentido, destacam-se as cartas do padre Francisco Ferreira sobre o inimigo calvinista e as que monitoravam o padre dissidente Manoel de Moraes. O artigo sublinha, enfim, a inserção desta correspondência, entre o que se poderia chamar de serviço de inteligência militar da Companhia de Jesus.