Este artigo busca recolher num diálogo entre Foucault e Deleuze elementos metodológicos
que possibilitem realizar uma cartografia social. Não se trata aqui de “sistematizar o método
cartográficoâ€, mas de reunir apontamentos e indicações nesse diálogo, que sirvam de suporte
para análises crÃticas, estudos e pesquisas, ao mesmo tempo em que sirvam como
instrumentos de resistência. Diferentemente da cartografia tradicional, que traça mapas de
territórios, relevo e distribuição populacional, uma cartografia social faz diagramas de
relações, enfrentamentos e cruzamentos entre forças, agenciamentos, jogos de verdade,
enunciações, jogos de objetivação e subjetivação, produções e estetizações de si mesmo,
práticas de resistência e liberdade. Como método presta-se à análise e desmontagem de
dispositivos, ação que consiste em desemaranhar suas enredadas linhas, além de
instrumentalizar a resistência aos seus modos de objetivação e subjetivação. Tal como
proposta por Foucault e Deleuze, a análise cartográfica configura-se como instrumento para
uma história do presente, possibilitando a crÃtica do nosso tempo e daquilo que somos.
This article seeks to collect a dialogue between Foucault and Deleuze methods that will allow
to perform a social cartography. This is not to "the systematic mapping method", but to gather
notes and information in this dialogue, which serve as support for critical analysis, studies and
research while serving as instruments of resistance. Unlike traditional cartography, which
traces territories maps, topography and population distribution, social cartography is a
relationship diagrams, and crosses between fighting forces, funding, games of truth,
utterances games, objectivity and subjectivity, self-productions and self-estetizations,
practices of resistance and freedom. As a method lends itself to analysis and removal of
devices, an action that is to unravel their tangled lines, and resistance to equip their modes
of objectification and subjectification.As proposed by Foucault and Deleuze cartographic
analysis appears as an instrument of this story, allowing criticism of our time and what we
are.