Este artigo tem por objetivo apresentar as relações de conflito no território do Quilombo Rio dos Macacos, comunidade que desde a década de 1950 está em conflito com a Marinha do Brasil. A partir da judicialização do conflito, em 2009, a cartografia é utilizada tanto pelos sujeitos que detêm o conhecimento especializado quanto pela comunidade, pelos sujeitos autóctones. As diferentes formas de representação do território quilombola são notadas a partir da finalidade com que o mapa é construído. Com a apropriação da cartografia, os quilombolas avançam nos debates acerca das propostas apresentadas pelos sujeitos hegemônicos do conflito, produzindo contrapropostas e imprimindo novas cartografias e contornos para o conflito territorial.
This article aims to present the conflict relations in the territory of Quilombo Rio dos Macacos, the community that since the 1950s has been in conflict with the Brazilian Navy. From the judicialization of the conflict, in 2009, cartography is used by both the subjects who hold the specialized knowledge and by the community, by the autochthonous subjects. The different forms of representation of the quilombola territory are noted from the purpose with which the map is constructed. With the appropriation of cartography, the quilombolas advance in the debates about the proposals presented by the hegemonic subjects of the conflict, producing counterproposals and printing new cartographies and outlines for the territorial conflict.