Neste artigo, enfocamos os impactos analíticos das formas de se nominar a monoparentalidade feminina em trabalhos que têm aderido à terminologia mãe solo, difundida nas redes sociais desde os anos 2010. A partir de uma revisão da produção bibliográfica, compreendendo o período de 2010 a 2019, argumentamos que a introdução da terminologia nos espaços acadêmicos parte das experiências de mulheres que estão nos lugares de produção do conhecimento, especialmente em graus iniciais de formação, e que deixam de tratar a categoria monoparentalidade exclusivamente como questão relativa ao “outro”, passando a abordá-la por meio da ótica de quem a vivencia. Sugerimos, a partir desta análise, a relevância em se problematizar a relação entre as terminologias acionadas pelas próprias pessoas para descreverem suas experiências parentais, as dimensões político-identitárias das tipologias de parentesco e as categorias analíticas mobilizadas nas pesquisas.