Este artigo tem como objetivo principal questionar os rumos que a prevenção a Aids no Brasil tomou nos ultimos anos. A argumentação será feita através da exposição de seis comerciais de prevenção veiculados pelo programa ofi cial de HIV/Aids e Hepatites virais do governo brasileiro nas últimas três décadas. Os comerciais aqui apresentados mostram como as mudanças nos discursos, as opções temáticas e as descobertas médicas relacionadas ao tratamento da doença foram determinantes para a manutenção de uma prevenção exclusivamente calcada no discurso imperativo do sexo seguro do tipo chamado aqui de “discurso do risco”, em detrimento da informação e da interação com o público visado. Esse questionamento conduz a uma refl exão sobre o papel desempenhado pelo designer na elaboração e na divulgação de campanhas de prevenção ligadas à saúde.
This article raises some questions about some past developments that occurred in Aids prevention campaigns in Brazil. Towards this end, the article examines six television prevention campaigns that were part of the offi cial government HIV/Aids and viral Hepatitis program over the last three decades. The commercials thus analyzed show how changes in discourse, thematic focus and medical discoveries have determined the more or less permanent election of a prevention strategy that is based exclusively on a safer sex imperative discourse, named here as “risk discourse”. The questioning of this paradigm raises the issue of the relatively minor role played until now by design professionals in the decision-making process of creation and diffusion of health-related prevention campaigns