O presente artigo apresenta uma investigação sobre a escola de Educação Básica, entendendo-a como espaço privilegiado de relações sociais, no qual os marcadores sociais ficam evidenciados, sendo que, de acordo com as práticas e relações estabelecidas, pode-se contribuir para a superação de preconceitos ou levar a reprodução de opressões. Desse modo, a escola funciona como um dispositivo disciplinar de normalização, procurando homogeneizar os sujeitos, sendo que aqueles que estão distante do esperado, são subalternizados. O objetivo da investigação foi de contribuir com a formação de professores e com suas práticas, a partir da compreensão sobre a interseccionalidade e das reflexões sobre as opressões e subalternização que podem ocorrer no âmbito escolar. Tomou-se a interseccionalidade como uma abordagem, para possibilitar a reflexão sobre a prática docente e a superação de opressões e subalternização no espaço escolar, discutindo-se sobre a formação dos professores nessa perspectiva. Como metodologia, partiu-se dos registros no diário de campo, das memórias de uma cena vivida por uma das autoras, que ocorreu em uma escola de Educação Básica da Rede Pública Municipal de uma cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, analisando-a a partir da perspectiva teórico-metodológica da interseccionalidade. Concluiu-se que essa perspectiva pode contribuir para a formação de professores e qualificação de suas práticas, por meio de reflexões sobre as situações de opressão vivenciadas na escola e busca de sua superação, levando a uma escola que contribua com as relações sociais, respeitando-se a diversidade dos sujeitos.